quinta-feira, 13 de abril de 2023

AUTOBIOGRAFIA....

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Nilson Fonseca O Profundo Silêncio: a experiência do Eu e do Nada.
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Minhas mãos, 10/01/2008...
Minhas mãos podem ser objetos de desejos, de desejo, ensejo, de sedução. Estas próprias mãos que trabalham, constroem, destroem e afagam. Afagam os desejos impenetráveis da alma que nem mesmo os sentidos podem tocar.
Mãos instrumentos, para amar, possuir, mãos que expressam em seus gestos, as lágrimas e dores da alma. Mãos que guiam os cegos nas trilhas da escuridão, mãos que fizeram descobertas, invenções, mãos curiosas, mãos que manipulam o corpo e a alma.
Mãos que atingem o DNA humano, mãos que clonam outros seres em laboratório, mãos que salvam vidas, mãos que fabricam bombas nucleares... Apesar dos erros e acertos são as mãos dos homens que constroem o mundo.

Meus sagrados Pecados, 15/01/2008.
Dizem que são pecados, não é aceito pelo homem, um instinto chamado inveja daqueles que não são felizes que controla a vontade de poder que assola a alma dos míseros seres humanos.
Existem aqueles que têm inveja de tudo, do mundo, dos outros, há aqueles que têm inveja dos que são felizes, dos que são amados, daqueles que são amigos...
Meus sagrados e amados pecados que eleva o meu corpo ao encontro da alma. Meus selvagens instintos que me faz sorrir e chorar.
A minha sagrada carne que me faz encontrar em corpos morenos e sarados o prazer e a fantasia da vida. A fantasia do prazer nos faz crescer e adentrar nas entranhas da ilusão, ilusão que outrora nos angustiavam, hoje nos apaixona e nos faz rir de amor e desejos humanos.
Os sonhos do destino... 24/01/2008.
Hoje os sonhos do destino me atingem e os ventos da ilusão começam a soprar;
A minha alma se inspira nos sonhos que as almas dos que não vieram contemplar o horizonte sem fim. O horizonte parece desaparecer na imensidão dos meus olhos, eles se perdem no além com o soar dos ventos do destino. Destino cruel, tirano, infiel, que me faz rastejar nas trilas amargas da

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vida.
 Assim eu vivo os meus instantes existenciais, trilhando os sonhos e contemplando o destino traçado pelo pó da minha existência.
Minha existência, 24/02/08.
Existo porque o instante reina no meu peito e assola a minha razão. A existência me faz pensar em meus projetos e na tirania da vida. O instante me faz pensar nos mares do meu inconsciente presente e desconhecido, no iceberg do meu inconsciente estão presentes as marcas que trilhão a minha existência e mancha o meu destino.
Talvez uma existência perdida, esquecida, mas apesar de tudo, superada, pela vontade de ser, de poder e de vencer. Vontade de superar as mazelas de uma cultura rude e ultrapassada em que o saber não tem tanto valor.
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Deus... 27/01/08.

Deus está além do bem e do mal, Deus é um ser transcendente, deus transcende a minha vontade, a minha razão, a minha fé. Deus persiste além da bíblia, é impossível um ser criador que se prende em páginas de papel, Deus é uma verdade que está além das verdades humanas.
Existem vários caminhos para encontrar Deus, caminhos que até a razão desconhece caminhos cristãos, budistas, espíritas, islâmicos e etc.
O caminho que conduz o homem á Deus é à força do bem, da paz, do amor e do perdão.
Deus é a força maior que move os corações dos homens, Deus é o princípio da compaixão que rege os sentimentos sublimes da nossa existência. Deus é o caminho da compreensão, compreender o outro é o caminho que conduz ao absoluto.

Se..., 28/01/08.
Se eu fosse você, eu nada diria sobre o nosso passado. Se eu fosse o destino eu teria desviado o nosso caminho. Se eu fosse o passado eu tiraria você do meu inconsciente. Se eu fosse à força suprema do universo eu levaria você para bem longe de mim.
Ainda sobre você, pergunto, se o nada existe porque procuro encontrar as marcas do destino. Será que o nada está além dos meus sentidos.
O nada resiste ao tempo, ao vento e ao mar. O mar é um abismo entre o meu ego e o nada. O abismo dos meus sonhos platônicos, o alicerce fantástico que a vida me deu.
Além do mar existem as nuvens, além das nuvens existem as estrelas, além das estrelas existem os meus sonhos, acima dos meus sonhos está o meu ego, apesar de ser forte, além do meu ego existe você.

Sou..., 02/02/08.

Eu sou a essência do bem, eu sou o princípio da vida além, eu sou a essência daqueles que não sonham, mas amam a vida. Eu sou o princípio dos planos, enganos e encontros. Sou mais que os desafios existenciais, estou acima das lacunas negativas da minha existência.
Sou um pouco do sucesso da vida, sou fruto do real existir, sou fruto da história, sou escravo dos caminhos que persistem a minha alma. Sou o sonho sonhado e não realizado, porém estou preparado para escalar as pedras e montanhas que a vida me deu.
Não tenho opção entre ser e não ser fui lançado no mundo e agora me resta viver os meus dias com fé e coragem. Nunca irei entrar para a história como um fracassado, mas talvez como alguém que lutou e enfrentou os desafios da vida.
Somos aquilo que nós mesmos construímos, somos sujeitos da nossa própria história. Sou humano, sou filósofo, sou pessoa, sou história.

Mãos..., 27/01/08.

Mãos que ajudam o semelhante a pensar, mãos que constroem idéias edificantes e conduz o homem ao transcendente.
Mãos que formam opiniões, mãos que constroem cabeças pensantes. Mãos que são capazes de mudar o mundo, as pessoas, a vida.
Mãos que promovem o bem, além do supremo amor humano, Mãos que refletem a minha essência, a minha existência. Mãos que conduz ao sonho, mãos que ampara as pessoas em dias sóbrios, mãos que ajudam a compreender mais que ser compreendido.
Mãos que amam, ensinam, mãos amigas que acolhem e aconselham, criticam, mas, apesar de todos estes contrastes são mãos presentes em nossa existência, mãos humanas, divina e demasiadamente humanas.

Metamorfose..., 04/02/08.

[N1] Comentário: O fracasso depende de cada pessoa, quando somos determinados e sabemos o que queremos o fracasso não encontra espaço em nossa existência.
[N2] Comentário: A filosofia nos dar o suporte suficiente para entender e interpretar a realidade da vida.
[N3] Comentário: História e filosofia são duas ciências que se casam mutuamente, ambas estudam o homem como tal.


O branco que era lindo como a neve se transformou em cinzas. As belas flores murcharam e restaram apenas os espinhos, os espinhos secaram e por sua vez se transformaram em dejetos retorcidos.
Os contos que eram de fadas, hoje são lendas do passado, os sonhos que davam asas á imaginação não existem mais, se foram. Tudo se transformou no ninguém esperava, sem esperar tudo ficou assim. Diante do muro me encontro distraído, contemplando o horizonte sem fim...
O real existe e está presente na vida de todos os homens e mulheres, jamais devemos fugir do mundo real, apesar de que muitas vezes necessitamos de reinventar as nossas fantasias inconscientes que melhor traduzem os nossos arquétipos antropológicos e existenciais.
Por mais que queiramos ser um imutáveis, não conseguimos, afinal o ser é uma metamorfose, nunca somos os mesmos de ontem, o homem é um ser em constante mutação, espero que mudemos para melhor.

A natureza... 04/02/08.

Eu vivo em paz com a natureza, durmo com o perfume das flores e desperto com o canto dos pássaros. A sincronia homem e natureza fazem à vida ser mais pacata e conseqüentemente mais feliz. Minha vida Aquino campo me traz encanto, sabor, alegria, o silêncio da vida faz ecoar raios de prosperidade no meu ego. Cidade cheira mal, a cidade é asfalto e sinônimo de stress e calor. Aglomeração me faz agonia e agitação, em meio à multidão me sinto sozinho, junto à natureza sinto uma grande harmonia, tenho a sensação de estar interligado ao todo.
O universo nos completa com sua harmonia cósmica, o barulho dos ventos traz tranqüilidade para a minha alma. O canto dos pássaros me conduz ao nirvana.
O nirvana da alma, a paz do espírito, a serenidade do ser. Aqui é o caminho para uma vida simples e serena. Às vezes não tão simples, assim, mas com surpresas o suficiente para nos causar um tédio insuportável.

Recriar... 25/06/08

A chuva cai, o vento sopra, as folhas caem tudo não passa de repetição. O mundo, a vida, o ser, nada muda, nada se cria, apenas existe. O vento sopra e recria a vida, a chuva cai e destroem as encostas, tudo está perdido como o espelho quebrado, quando olho não vejo a minha face, vejo apenas os estilhaços do teu rosto, por isso, tenho que recriar, afinal o instante só existe porque posso recriar o passado.
Recriar é fundamental para renovar as energias existenciais, projetar um novo viver, e querer dar um novo sentido a vida, nem tudo é estilhaços, nem tudo que enxergamos poderá ser considerado um caminho inexistente, afinal as verdades de hoje poderão tornar falácias em um breve e efêmero amanhã.

Canto... 25/06/08

Tem gente que canta para rezar, tem gente que reza e não encontra Deus, tem gente que chora, pula, cai, levanta procurando Deus.
O canto da vida, me faz encontrar o sagrado no mais intimo da minha sagrada existência, cantando, andando, pensando encontrei Deus em mim e em meus projetos.
Quero Deus materializado em mim, quando amo, quando rezo, quando faço o bem, vejo Deus em minhas entranhas. Quando eu rezar, reze junto comigo, quando eu cantar, cante junto comigo, quando eu cantar, cante junto ao além, quando amar, ame junto ao mar... O mar de Cazuza, Kassia Eller e Renato. Ame como Sidartha amou. Ame a poesia, ame a canção, ame a vida, ame o poeta, pois poetizar é viver...

“Inspirado na poesia de Cazuza”.

O mito...
O mito é um sonho, temível, o temível se torna horrível, o horrível se transforma em neve e a neve se derrete. O mito é imaginação, move a emoção, sangra o coração, desperta paixão, une o som imagem e ação.
O mito dos deuses, o sonho de Zeus, a inveja de era, a fúria de posseidon, desperta ensejo, arrepia o desejo de libertação do cárcere do mito, da alma.
O mito da vida, a lida arredia, a luta que arrepia, avança e lança ao mar. oh! Mitos da alma, mitos da vida que não vive, das lagrimas que não soltei, dos gritos que não soou, dos gemidos míticos daqueles que não falam.
O mito do amar, que conduz à ilusão da vida feliz, do amor perfeito que nunca irá se concretizar, o mito não se realizou, por isso, se projetou na referencia encontrada em sua frente. O mito perfeito o sonho perfeito, o perfeito é apenas um mito.
A solidão...
A solidão para alguns parece um pesadelo, para outros um rápido estado de espírito, para outros ainda, uma companheira inseparável, por isso é que escrevo: ó solidão de altas horas porque estais aqui? Ó neve sórdida porque me persegues? O que queres eu não tenho, tenho ouro e prata, tenho sonho e vida.
A solidão dos mares parece mais um dragão soltando fogo pelas ventas, a solidão das águas parece uma nuvem perdida na imensidão do Saara, a solidão do vento, tão frio, tão triste tão só. A solidão da neve fria e escorregadia parece um grande iceberg em alto mar. A solidão do vulcão furioso saltitando como um dragão furioso em sua jaula. A solidão das matas que tão só produzem apenas o húmus para as suas raízes. A solidão da vida, dos sonhos, dos homens e mulheres, tão cheios, tão frios, tão só.
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Viagens da imaginação... 08-02-08.
O poeta viaja nos caminhos profundos da alma dando idéia de real aquilo que é apenas imaginação. O poeta adentra no túnel do tempo e recria o passado em tom de poesia. O poeta é um arquiteto do tempo e da imaginação.
O poeta faz a vida cantar, e a brisa dançar, no mundo da poesia as pedras se movem e as rosas choram de amor pelas vidas perdidas na história. No mundo da poesia, o sol se levanta e a lua se deita. Os pássaros expressam a sua dor impregnada na alma. O sol lança raios perfumados para saudar a sua deusa, a terra. A terra, apaixonada pelos seus viventes se encarrega de amamentar em seu seio todos os seres. Ó mãe terra, como uma virgem sedenta de desejo pelo seu amado se enfeita da cabeça aos pés para seduzir o seu amor e protegê-lo dos ensejos mundanos.
O poeta, encantado com a sua poesia, não percebe o desejo da sua virgem vestida de sol, brilhante como a lua e formosa como as estrelas, apesar da solidão, a virgem não abandona o poeta, afinal esta grande virgem é a imaginação do poeta voando ao léu.
Meu sitio, meu paraíso... 09/02/08.
Em frente a minha casa há um belo pé de caju, todos os dias, com alegria sento em minha rede e balançando olho para lá, para cá, olhando o horizonte sem. No vale do meu sitio degusto a beleza de um paraíso robusto, o canto dos pássaros me faz dormir, pensar, chorar, ah! Pássaros benditos. O silêncio da minha casa, o silêncio da minha vida, o silêncio do meu ego. O silencio dos meus planos, embora esquecidos, sem sitio, sem casa, sem planos.
Os planos passaram, os sonhos ficaram esquecidos, o silêncio não existe mais, os pássaros que outrora cantavam, agora não cantam, apenas dormem. O silêncio ainda existe, a tranqüilidade da minha alma, a beleza das arvores robustas remete-me a beleza da vida. O perfume das flores, tão lindas, tão vivas, tão cores, cores da vida, cores dos sonhos, cores amém. Ó belas cores do ego, ó perfumes da alma, ó cantos do meu inconsciente sagrado e belo. Assim é o mundo real, tão forte, tão efêmero, simples e complicado assim.
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Desilusão... 18/02/08.

A tristeza corrói a alma que se sente destruída, a ruína paira no horizonte e diante dos meus olhos, tudo passou, acabou não existe mais nada. O sonho se transformou em uma grande ilusão e nada mais existe, se não o destino tirano que mata, destrói e ilude. A maior dor do mundo é a dor da desilusão, quando estamos iludidos sonhamos com o mundo encantado de Cinderela, quando acordamos, pra a vida, a vida sonhada e cravada de desencantos. Hoje os raios da desilusão clareiam o meu caminho e a dor adentra minha alma, sonho e não realizo, quero e não consigo luto e pareço não ter vitória, o que me resta agora é só chorar, chorar e chorar. Não quero ser rico, apenas sonho em ser gente decente, que luta, trabalha e vence. Vencer as nuvens, a dor, o medo, o desprezo.
Gente que sente o desejo da luta das almas dignas de amar. Amo porque a vida existe e mesmo diante da tristeza profunda a alma almeja amar e vencer.
Gente... 18/02/08.
Gente que sente a vida soar como a brisa do vento, gente que voa nas asas da imaginação sonhando com a utopia da vida. Gente que ama a vida como ela é, gente que ama os seus semelhantes de forma incondicional.
Gente diabólica que planeja o mal e destrói a vida, gente invejosa que se incomoda com a vida dos outros. Gente amável que respeita, ama, ouve e nunca age antes de conhecer. Gente que faz projetos, gente que é médico do corpo e da alma.
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Daquilo que sei “inspirado no poema de Ivan Lins”. 19/02/08.
Dos meus sonhos estranhos não tive nenhuma certeza, dos meus desejos rejeitados nada me foi permitido, tudo foi esquecido. Agora nada foi proibido, a certeza esquecida, o impossível realizado, mas nem tudo foi concebido e entendido.
Olhei o proibido e analisei, olhei, toquei e passei a limpo. Esqueci o que estava proibido, assim, o proibido se tornou permitido e deixou de ser interessante. O que era bom passou a ser ridículo, horrível, moeda, lucro, capital, o desejo passou a ser um negócio sujo. Agora sei, usei os sentidos, analisei e pude fazer um juízo de valor, enfim, cheguei á uma conclusão, não desistir, investiguei. Ao invés de condenar busquei o entendimento empírico, por isso, agora entendo que nem tudo é um mar de rosas, nem tudo é perfeito.
Agora posso dizer que lutei, pensei e sei, contudo, me sinto um leão estúpido, sou uma raposa que brada nos prados do deserto, sinto-me cada vez mais limpo, daí não posso lavar as mãos.
Sou aquilo que sou... 25/02/08.
Sou a essência do ser encravada na vida, sou gota da chuva na terra árida e esquecida. Sou as lagrimas do vento impetuoso que jaz em alto mar, sou a história cravada nas cavernas da pré-história.
Sou o som das músicas esquecidas no mosteiro de Buda, sou as águas do rio Ghand que purifica o corpo e a alma.
Sou o cume da pirâmide onde sepultou o corpo de Tutancâmon, sou a luz dos deuses dos Faraós, sou um pouco de tudo, sou gente, sou pó, sou luz.
Luz que clareia as trevas, raios que penetram a relva, agora que sei que nada sei, só posso dizer que sou apenas a existência do acaso.
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Sou mortal, sou humano, sou finito, agora com minhas letras imortalizo para sempre as minhas idéias.
Pedras... 26/02/08. Pedras que encantam a vida e enaltecem os sonhos, pedras que assolam a vida e despertam os gemidos, pedras que provocam lembranças que o tempo roubou pedras que vislumbram os meus olhos e ofuscam a minha alma. Pedras que falam pelo silêncio dos inocentes que permanecem adormecidos, pedras que exalam o perfume das rosas e a seiva das acácias. Pedras que cantam ao som da trombeta do anjo beija-flor, pedras sólidas e verdejantes marcadas pelo sol e pelo tempo. Pedras que surgiram com o tempo e sumirá com o próprio tempo, o pó das pedras destroem a relva, a relva verde encanta o desencanto. O vento, a chuva, a argila são arquitetos que constroem e destroem ao longo do tempo sem fim.
Sou brasileiro... 26/02/08.
Sou brasileiro, sou gente, sou raça, sou branco, sou negro, sou índio e amarelo, sou raça que emerge na praça.
Sou forte, sou touro, sou raça, tenho história, no navio, no engenho, na mata, no poder e na escola. Sou brasileiro com S, por isso, não sou cabra da peste, sou nação forte, sou povo que trabalha, emigra e resiste o sol, a chuva, o tempo e o vento.
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Sou povo miscigenado, sou caboclo forte que rema a canoa em direção ao monte, em busca de ouro, de terra e paz.
Sou cabra forte que resiste o sol do nordeste, que domina o jumento e o bode e adentra a caatinga buscando a aventura da sorte.
Sou gente de fé que navega o São Francisco, que reza ao Bom Jesus e ao meu Padim ciço, é gente forte que trabalha a sorte e sonha o amanhã, sou guerreiro robusto e garanto o que falo, seja na terra, no céu ou no mar. No samba, no forró ou no carnaval somos Brasil, somos nação, somos nordeste.
Olhos.... 27/02/08.
Olhos que penetram o ser e cortejam a alma, olhos que parecem à fúria das galáxias celestiais.
Olhos que vigiam o mundo, olhos que encantam a vida e que despertam sonhos. Olhos famintos que devoram os sentidos e dilaceram a alma.
Almas que contem olhos sedentos e sedosos, olhos que almejam o mar, o céu, o horizonte sem fim. Olhos que contemplam a terra, olhos que condenam a guerra e promovem a paz. Olhos que vêem e avalia a vida, olhos que planejam o futuro dos homens, o futuro incerto que nem mesmo os homens têm a dimensão do fim. O fim? Não sei, o fim parece não existir, existem apenas projetos de uma vida sem rumo, sem direção.
O fim do ser é uma das certezas que temos, mas afinal, qual é o fim ultimo do homem? Será o homem um ser para a morte? Talvez seja este o caminho mais seguro e invicto que temos, portanto, esta certeza angustia e inquieta a espécie mais racional do planeta. Apenas os olhos da vida, do mundo poderão dar respostas.
Sei... 28/02/08.
Sei que a vida é uma caixinha de surpresas, e o mundo um eterno devir. Sei que o sucesso dar lucros e o anonimato apenas o eterno silêncio. Também sei que o dinheiro não traz felicidade, afinal, a felicidade é apenas fruto das nossas vivências.
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Sei que a beleza física não é tudo e o prazer apenas um instante efêmero da nossa existência, será o prazer é apenas uma projeção daquilo que desejamos? Ou apenas uma negação do tédio que nos encontramos. Sei que a vida passa e os anos vêem como um relâmpago.
Sei que na vida nem todos tem as mesmas oportunidades, às vezes o sol não brilha para todos, o sol brilha, mas nem todos enxergam os seus raios.
Sei que ainda existo e por isso luto até o fim, a calma e a serenidade devem ser meus parceiros incontestáveis. Sei que o péssimo, o ridículo e o trágico às vezes nos perseguem, mas no final seremos todos vencedores, sei que vivo em memória do ser, talvez pela força da minha razão.
Poeiras... 29/02/08.
Poeiras que acumulam ao vento e assolam os barcos em alto mar, poeiras que assustam os caminhos e assombram as veredas escuras dos vales sombrios. Poeiras eternas, vermelhas e escuras que ofuscam os sonhos da vida. Poeiras que são exaladas pelo poder que a vida nos dar.
O dom de pensar espanta a poeira que tenta algemar a liberdade do homem, liberdade que brada nos caminhos da imensidão, imensidão que devastam as telhas da imaginação, imagem de poeira que vislumbram os meus olhos e encantam os sonhos humanos.
Poeiras do amor, que assusta o desejo adormecido do ego, desejos empoeirados pelos tabus e que acabam esquecidos no iceberg da existência.
Preciso falar e gritar até o mundo inteiro ouvir quero criar asas e voar até os extremos do além, o além me espera e aguarda o desabafo das minhas angústias empoeiradas.
Desejos... 14/08/07.
Desejos amados, sonhados, apalpados, traídos e esquecidos. Desejo ardente que queima a alma da gente e deixa a dor latente. Vivos e amados, ora odiados, às vezes simples, às vezes tão complicados, sempre desejos, desejos que me fez sorrir, desejos que me fez chorar, pular, desacreditar.
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Desejos traídos pela vida, pelo destino tirano e maldito, desejos que não me deram ensejos, amor, carinho, desejos que me trouxe decepção. Oh! Desejo maldito, eu te ordeno que jamais irá me dominar, apesar de ser sempre desejo.
Os nossos desejos nada mais é do que os nossos planos e projetos que tanto desejamos, assim, se não formos seres que almejam, sonham, desejam e persistem não seremos humanos, perderemos a nossa essência existencial de sermos gente, ora muito frágil, ora muito forte....
Amigos... 15/08/07.
Amigos amados, traídos, esquecidos, amigos inestimáveis, no entanto sempre amigos, amigos do peito, amigos selvagens, amigos além que vence o aquém do tempo esgotado.
O tempo me fez amigo de tudo e todos. O tempo que é tão amado, amor recalcado, traído, esquecido, mas sempre será o tempo fazendo amigos. Amigos do ser, do ter, dos sonhos, sonhos tão medonhos que nem parecem sonhos.
Amigos imanentes, transcendentes, amigos crentes, amigos ateus, o mundo maldito, embora bendito, embora amigo. O tempo realmente faz do homem amigo de si mesmo, mesmo lutando contra os nossos egos, somos amantes e amigos de nós mesmos.
Somente o tempo tem o poder de nos fazer: amados, traídos, esquecidos, somente o tempo poderá fazer da realidade uma mera imaginação do espaço e do tempo.
Corpos... 15/08/07.
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Corpos belos, bonitos, amados, sarados. Corpos ardentes, atraentes que penetram as chamas da alma, corpos ausentes, presentes, odiados, detestados, mas sempre corpos. Corpos que exibem calor, odor, paixão, sedução, corpos divinos, santos e profanos, sagrados e mundanos.
Corpos felizes, alegres, atraentes, presentes e ausentes que me faz chorar de saudades, chorar de desejo, de dor, excitação, paixão, corpos atléticos, vivos e expostos que atraem iguais e opostos e serão sempre corpos, belos, amados e traídos.
Os corpos se classificam em muitas categorias, portanto até os corpos celestes poderam se voltar contra o planeta terra e conceder a humanidade um novo caminho, quem sabe encontrar uma nova galáxia, um novo planeta onde tenham novas e evoluídas formas de se viver. Ainda assim, terão muitos corpos em constante evolução.
Mundo... 17/10/07.
Mundo de sonhos, estranhos e medonhos, mundo selvagem e maldito, mundo finito. Mundos meus e teus sonhos perdidos, outrora escondidos em meio à mata, ou a beira do rio, escondido entre as folhas em volto à brisa singela; encontrei o mundo, o sonho, encontrei a essência do tudo e do nada.
O mundo que parecia perdido e esquecido, um pouco distante e obscuro que custou a mim algum sacrifício para estar ao seu lado morrendo de prazer, tocando o seu corpo tão atraente, tão viril e jovem, um corpo sonhado e perfumado que se entrega ao prazer aventuroso e aos interesses materiais da vida, do ser e do mundo.
Este é o nosso planeta que mais parece um jovem sedento por sua amada e querendo atenção da vida e de tudo.
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Desapegos... 11/12/07.
No mundo dos apegos profanos me encontrei caído, no lago dos meus sonhos perdidos encontrei o caminho. O belo caminho dos planos e da fuga dos apegos que outrora foram planos e sonhos.
Sonhos meus, sonhos teus, sonhos que me fizeram amar, sonhar, chorar, sonhos que me forçou a fugir do meu eu, do meu mundo, do tudo, do nada.
O nada tão medonho, estranho e terror, o nada que nunca irei entender um nada que faz sofrer. O nada que me faz fluir o desapego da vida, do tudo, do ser e até da minha existência.
Essência... 12/12/07.
Sou o que sou, sou apenas a essência irônica da minha existência maldita e sonhada. Sou o fruto da essência passada, sou o mito do além, sou o destino perdido e marcado. Sou a historia que não foi escrita, sou a jornada que não foi cumprida, sou a força do além distraída, sou a pedra que caiu do monte abalado por forte tornado. Sou um pouco do caminho trilhado, ora por destinos ignorados. Sou o pó das estradas que caminha ao léu da jornada, sou a essência esquecida, sou a cara do nada. Sou aquilo que sou.
Somos projetos da vida real que nos direciona pra tanto caminhos e degredos que as vezes nos assustam, a essência do homem é aquilo que o próprio acredita e projeta ser, assim, é impossível não ser nada na vida, ainda se você for uma mendigo, será um desgraçado, contudo será alguma coisa, todavia, o ser humano veio ao mundo pra brilhar e ter sucesso, para as coisas darem certo, basta planejar e acreditar que a essência se faz verbo e vida.
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O passado... 14/12/07.
O passado sonhado, amado, esquecido. O passado dos meus erros e apegos. Os planos são passados, agora sonho com novos planos que parecem florescer no caminho das pedras, as pedras cravadas com a tirania dos meus estranhos planos que parecem mais com a nau dos barcos a vela naufragando nos desejos desencantados. No pranto, no sonho, no de canto, um passado sutil que apenas recordo, reflito, acredito no que sou, sou passado, presente, futuro, sou historia, sou plano, sou pedra, sou um sonho passado.
Ficou no passado... 20/01/08.
Os amores, as dores passaram, há coisas que é melhor ficar sepultada no passado da nossa existência. Os fatos, as pessoas marcam a nossa vida. Às vezes a vida nos abala tanto que nos faz chorar, de saudades, de dor, de angustia. A angustia de sentir traído ou esquecido. São muitos os que usam os meios sujos para conquistar sucesso e fama, para tirar proveito dos menos maliciosos. São muitos os que fingem de amigos para usurpar a consciência traída dos bons homens de farta vontade.
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Ironia ... 20/01/08.
Somos a essência que está acima do bem e do mal, somos os sonhos esquecidos pelos que nunca sonharam, somos a essência do desejo eterno do ser. Somos os planos sonhados, somos a essência perdida, pelos que fracassaram nos trilhos da história. Somos a ironia do destino esquecido por Zeus no monte Olimpio. Somos a ira da deusa era, somos os filhos de Dionísio, embriagados na essência da vinícola dos prazeres do mundo. Somos vitimas punidas pela tempestade lançada por Posseidon.
Projetos... 24/06/07.
Meus planos, projetos, afetos inertes. Caminhos por onde fui, por onde andei, amei, cansei. Minhas incertezas tornaram certezas, minhas fraquezas tornaram riquezas. Riquezas da vida, da alma amada, amparada. Amparando o vento e o tempo se tornou o alento. O alento dos meus projetos que antes pareciam incertos. Ah projetos que nascem que morrem que vão para longe e
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mandam outros que emanam como água do fundo do coração. Projetos que são claros, que são meus, tão meus que a ironia do tempo não arracará.
Amor... 25/06/07.
Ter um amor é ter um tesouro, amando, amando do amor encontro você, cheio de vida, de beleza, de excitação. Excitação que emana do meu ego e transpassa a sua alma, unindo ao seu corpo moreno, amante, suado e safado. Você entrou no meu quarto, tirou a sua roupa e me provocou com este corpo, sexy e bonito. Seus olhos, seus pelos, seu corpo robusto e atraente me faz doente de amor por você. Você, você, apenas você, amor, apenas amor.
Sonhos... 27/08/08.
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Sonhos que passaram em um instante desconhecido, sonhos que um dia havia esquecido sonhos de amor, de paixão e de sedução.
Sonhei, mas não encontrei o destino, perdir o pique, mas não desistir de sonhar, afinal o sonho faz parte da minha utopia existencial.
Sonhos de poder, sonhos de amar, sonhos que um dia foi odiado, perdido, encontrado.
Sonhar é o lema dos poetas, por isso é que sonho, afinal a poesia existe, o mundo existe, o tudo, o nada, o além existe em meu ser.
Diante do trono do nada encontrei minhas dúvidas, as dúvidas cessaram, a poeira passou e o sonho ainda existe.
Agora que tenho a nítida certeza que o sonho existe, quero apenas incrementar aos meus planos a minha odisséia celestial, afinal o sonho existe.
Sonhei com o poder, sonhei com o sucesso, sonhei em ser um divino, mas perdir o poder, o sucesso não veio e a minha divindade pereceu na batalha contra Aquiles.
Sonhei com o fim do mundo, porem não aconteceu, sonhei ser Rei, mas a minha tão sonhada majestade fracassou, o fracasso meu Deus, não era dor nem tristeza, era apenas as minhas duvidas persistentes em minha existência.
Existo para sonhar e refletir em lugar dos míseros cérebros insanos e perdidos, por isso é que ainda sou um poeta.
A poesia é o paraíso dos sonhadores, o palácio dos doutores, a dádiva do criador, a poesia me leva ao nirvana dos budistas, ao céu dos cristãos e ao harém dos árabes, por isso é que sonho e vejo a lua deitada no céu tentando sonhar beijando o sol, tudo isso é possível porque a poesia existe, este é o eterno mundo dos poetas. Ainda que morram, ainda que sofra, a poesia será a boca dos mudos, os olhos dos cegos e ou ouvidos dos eternos e imortais poetas.
Viver... 12/03/08
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Viver é apreciar cada instante da vida, é estar aberto aos caminhos novos.
A vida é bela quando apreciada, viver é o caminho para conquistar a felicidade; somos os únicos seres que almejam ser felizes e conseguiremos tal felicidade, e assim, degustaremos a nossa humanidade.
A vida parece um oceano pronto para ser navegado, navegando na vida descobriremos os segredos d nossa existência. Deixo a vida me levar quando não posso levá-la comigo
Trono... 16/03/08
Ao trono do amor vejo apenas o desejo, o desejo ardente. Ao tocar o sino, sinto apenas o grito dos badalos, no passar do tempo esqueço o passado;
No passado sepultei os meus erros e no futuro aplicarei os meus acertos. Se um dia eu sonhar contigo, sonharei com você aos meus pés. No trono dos sonhos existem apenas duas coisas, os mitos do desejo, e as incertezas do meu inconsciente.
No altar das incertezas restaram apenas as dúvidas do passado.
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Inconsequente ... 17/03/08
Sonhos que um dia se realizaram, sonhos que sonhei; sonhos de paixão, sonhos de neve, sonhos de poeira vermelha do meu sertão.
Sonhos de adentrar o mar e desvendar os mistérios do além. Sonhos que edificam as cascatas das cachoeiras do deserto; sonhos que sonhei, porém nunca realizei, planos que se transformaram em sonhos, sonhos que não existem mais; existem sonhos e fatos que não merecem ficar no presente é melhor ficar no passado.
Morte... 17/03/08
A certeza das minhas incertezas, o caminho inevitável dos homens. Talvez por ser uma certeza infalível é que angustia tanto os humanos. O destino secreto de todos os viventes, o caminho dos ricos e dos miseráveis; quem são os poderosos diante da poderosa e perpetua morte, ainda que tirana ou insana.
Morrer para as nossas tristezas é viver para a vida bela e adormecida, é também a vontade de buscar o além que estar diante dos meus vis olhos arregalados.
Muitas vezes somos obrigados morrer para nos mesmos, outrora moremos para os outros, um dia a morte dos sonhos, dos projetos e planos, sempre nasce ou morre algo em nossa existência, as nossas frustrações às vezes são traduzidas como morte existencial.
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Quando não tenho projetos que possam guiar ao caminho da existência real, a morte poderá atacar e nos tirar o brilho da essência dos sonhos.
Caneta... 17/03/08
Pego nesta caneta para eternizar em sonetos os meus eternos versos coloridos; não sou escritor, não sou pintor, talvez apenas um solitário poeta.
Poetas das noites escuras, das negras estrelas que preenchem as lacunas da minha caneta. Caneta de sonhos, canetas da alma, canetas que inundam o meu ser, de desejos e de poesia.
Caneta milagrosa, caneta que indica o caminho e o destino dos eternos poetas, poetas alegres e contentes livres para sonhar e pintar o além mar... Poetas que escrevem e descrevem a história de nossa linda Alcobaça, poetas que não deixam apagar a memória dos negros que fizeram a nossa história.
Poetas que narram o romance de Maria Tapioca que foi comprada pelo seu senhor por um saco de farinha, dai o seu nome. Poetas que registram a história das antigas fazendas como Nova Jerusalém e Cascata.
Poetas que relatam o memorial da cultura negra que está em ruinas próximo ao Canta Galo, as margens do rio Itanhém.. Memorial que está escondido e precisa ser reaberto ao mundo, é a história da cultura africana aqui nas terras de Alcobaça.
Depois da tempestade... 22/03/08
Depois da tempestade vem à calmaria, depois da chuva vem à seca; depois dos pesadelos aparece a tempestade tranqüilizada.
Após as duvidas ressurgem a certeza de que somos humanos. Com o despertar da verdade, eternizamos os sonhos daqueles que se foram.
Quando os ventos sopram, nascem junto à brisa às raízes do depois, o novo sempre aparece depois do tudo, do nada, dos sonhos.
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Palavras... 22/03/ 08
Palavras que sonham e se ajuntam às asas das borboletas; palavras coloridas que enfeitam o horizonte, palavras do silêncio que emanam do meu ego.
Palavras que não são iguais, palavras que são quentes e despertam a alma da gente. Palavras de amor, que sacia a dor e desperta alma da gente.
Palavras vazias e insensatas que outrora foram caladas. Palavras que gritam que bradão os clamores dos que são injustiçados. Palavras que se perdem nos jornais abandonados, abandonos que se tornam cães pátria, sem terra, sem donos.
Palavras adormecidas nas margens das avenidas; brados que são palavras, gritos os quais são transformados em clamores dos inocentes.
“Navegar é preciso, inspirado no poema de Fernando Pessoa” 22/03/08
Precisamos navegar em outros mares que existem além do mar, precisamos descobrir o caminho da eterna felicidade.
Navegar talvez em sonhos eternos e morenos infernos. Desvendar os mistérios que embelezam as pétalas das rosas e eternizam os perfumes das flores. Navegar é preciso, explorar os pobres não é preciso, adentrar nos mistérios da globalização para ver se existem sentimentos, coração, isto sim, é preciso.
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Poremos abaixo as cadeias do egoísmo onde residem as raízes dos malefícios. Males que afetam a humanidade, que tiram à paz e não deixa saudades. Sociedade secreta, sociedade sem pátria gentil, mundo desigual, onde se mata de fome e frio. Homens insanos que destroem em nome do progresso obtendo sucesso em nome de poucos.
Este é o mundo dos loucos onde o espaço, a vida, o mundo são propriedades de poucos, por isso, que navegar é preciso.
Sementes... 23/03/08
É preciso semear as sementes do amanhã, pois somente assim, seremos eternos; As sementes eternizam a vida, a vida traz surpresas e as surpresas passam como a neve dos invernos gelados;
Semear é esperar o amanhã ressurgir como o leviatã que sai com poder e gloria das cinzas;
Semear é nunca desistir da vida e não esquecer que amahã será sempre um novo dia. Pensar que apesar de existir o negativo, a força do bem sempre ressoa; ó gloria do bom humor, ó pensamentos bons;
Quando creio em meus sonhos e planos, estou semeando um futuro mar de amor; amor pela vida e pelas rosas, e despindo os sonhos das leves camisas que cobrem corpos morenos que os poucos vão se despindo e tudo parece azul, tudo parece rosa...
A lua me disse... 06/04/08
A lua me disse que nem tudo nos traz certezas; a lua me falou que o passado estar adormecido em leves nuvens.
A lua exclamou, mas não disse a verdade, esqueceu o seu papel de mãe que ilumina as entranhas dos teus filhos.
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O belo satélite me confundiu, quando dissera que a verdade é um eterno devir; pobre homem, que acreditava na verdade que está ai, na verdade dos ventos, dos fortes na sacra verdade.
Estou enfurecido, preciso essa tal verdade fixada pelo sistema, verdade de Deus. A insistência da lua adentrou as entranhas da minha existência razão e iluminando a minha alma fez-me pensar além do pensamento.
As luzes da razão provocaram o meu ego, e então me coloquei de pé e agora só posso pensar que jamais direi que conheço a verdade, e diante da minha extrema ignorância afirmo que “sei que nada sei”.
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Em nome de Deus... 04/04/08
Em nome de Deus criaram verdades, em nome de deus criaram os seus preceitos; diante do sagrado preceito consolidaram-se os dogmas do preconceito.
Preconceitos que mata em nome de um deus todo poderoso, preconceitos edificados na máxima do “pode ou não pode”. Em nome de Deus excluem as pessoas, caluniam e desprezam. Na crença de tais verdades deixam de falar, ouvir e entender esquece de amar.
Por causa de Deus se fizeram guerras, por falta de Deus fizeram as armas. Em nome de deus cultivaram uma ética do preconceito e da discriminação, em nome de tudo isso vive a sociedade suja e dissimulada, e Deus lá de cima e eu cá de baixo nos sentimos cada vez mais limpos e jamais poderemos lavar as mãos.
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Transcendência... 06/04/08
A transcendência me faz ressucitar das sórdidas desilusões do destino. Ela me dá a certeza de que sou um ser que constrói e que posso mudar o meu ego.
O devir das minhas idéias me fará ressuscitar do passado sombrio; ao existir comecei a minha história. Por isso, é isso que sou e sei, existo e faço o instante existir.
Primeiro existo para depois me transformar em gente com história, passado, presente e futuro; a existência precede a essência, sou fruto da vida e da história, sou sujeito do meu próprio caminho, da cultura.
Sou aquilo que sou, sou transcendência e imanência, sou logos, sou vida, sou história, sou um degustador da minha própria essência, às vezes doce, ora amarga. O tempo nos trouxe para um novo amanhecer e no despertar da ourora, vejo apenas o futuro dos meus planos racionais.
A razão me faz transcender os meus limites sacanas e mundanos e adentrar no mundo da história culta. Transcender é viver, viver é crescer e aprender com os desafios da vida, viver é ser mais que os seres medíocres de São José de Alcobaça.
Sofro o instante... 13/ 04/08
Sofro porque o instante existe, a tristeza assola o meu ego, e as lagrimas banham o meu rosto. A dor da alma persiste e aprofunda em uma nórdica decisão do futuro que está por vir;
Estou tentando encontrar o motivo desta tristeza sem fim, e tenho certeza que o motivo de tudo é você, o seu descaso, o faz de conta, o deixa pra amanhã me irrita, encontrando diante de mim uma profunda tristeza;
Sozinho agora estou, triste agora estou, apenas respiro as poeiras da minha miséria existencial. Estou fugindo de tudo, do mundo, das pessoas, fugindo das minhas paixões carnais, que me faz apegar o extremo, sofrer ao extremo, chorar, viver aventura ao extremo;
Encontro diante dos extremos sem fim, tudo parece frio, branco com neve;
Tire as suas mão de mim, se pensas que pertenço a você, se achas que sou um escravo do seu prazer, da sua pele quente, morena e vulgar, esta enganado, não sou escravo de ninguém, por isso é que sofro, pois não aceito tudo;
Quem diria se eu pudesse dizer, “é só você que me entende do inicio ao fim”.
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Caminhos... 27/04/08.
Nossos caminhos são tão distantes e separados e é impossível de ajuntá-los; prefiro seguir no eterno silencio da minha alma e esquecer o passado, esquecer os desejos, esquecer você;
Nossos caminhos que parecem cruzados, no entanto, são separados, talvez você não deseje isso, mas de tal modo você é forçado a ficar distante de mim; neste triangulo amoroso alguém sai perdendo e simplesmente porque eu gosto de você é que abro mão dessa relação que não me agrada, afinal estou sempre no segundo plano.
Espero que esta paixão obsessiva que te sufoca lhe faça feliz, quanto a mim permanecerei no meu eterno silencio da minha ama, seja feliz, seja você.
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Irracional... 28/04/08
Sofro porque esqueci que a razão existe, esqueci de pensar, deixei a paixão me conduzir e por isso estou aqui sem você, sofrendo e sofrendo;
Parece que procurei o sofrimento, tentei te abandonar, tentei te humilhar e acabei sofrendo por amor, eu sei que eu não consigo fugir de você, por isso eu fico em teus braços, afinal eu não consigo ir à luta;
Mesmo com tantas discurssões é você que me entende do inicio ao fim e faz aquietar os meus desejos sacanas;
Você é meu inferno moreno que me irrita, que me seduz e me deixa furioso, mas no final de tudo somos dominados pelo desejo e unimos os copos quentes e selvagens e nos esbaldamos de prazer; eu vou consertar os meus erros, vou perdoar os teus e vamos começar tudo d novo.
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Se eu morresse amanhã... 22/05/08.
Se eu morresse amanhã, talvez a tristeza não inquietasse a minha alma; os tormentos de então seria passado, e as lágrimas do amanhã não existiriam mais;
Se eu desistisse do amanhã, ficariam apenas as marcas do meu ego em sua existência. Se o futuro sucumbir a minha existência, você será a causa primeira da minha desgraça;
Se eu morrer amanhã, não precisarei mais dos seus carinhos privados, do seu afeto afagado, do seu amor sacana. Chegando o fim da minha existência, não haverá necessidade de ouvir as suas falsas promessas;
Promessas de amor, de fidelidade, de carinho e atenção, fugi de vós será o caminho alternativo oposto a morte, fugindo dos teus abraços, do seu cansaço, serei eterno e complacente com a minha alma, vivendo apenas os meus planos e eternos sonhos;
Sonhos e promessas expressando os meus sagrados projetos, que me motivam viver estrinchando a minha essência.
“Inspirado no poema de Gonçalves Dias”.
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Serenidade... 22/05/08.
Ser sereno perece tão difícil, a tranqüilidade da alma reflete o estado do corpo, a alma tranqüila leva o homem ao caminho do sumo bem. O bem da alma eleva o homem ao estado de sanidade mental, hoje, sou apenas o que eu vivo no momento, agora, estou só, apenas pensando em minha existência, tentando me arrepender dos meus erros ou ao menos tentar consertá-los;
Sou 33 anos de história, de essência e existência, agora, estou diante de mim, analisando aquilo que a história fez da minha persona, sou só, sou gente, sou pó, restou apenas à tirania da vida, às vezes nossa existência nos desafia, nos desampara;
A vida sempre foi dura comigo, desde criança sonhei com a vida acadêmica, porem, somente aos 26 anos eu consegui ingressar em uma Faculdade de Filosofia, quatro anos mais tarde me formei, hoje sou bacharel, e graduando em História, a única coisa que tenho como presente de aniversario é dividas pra pagar, insatisfação com a vida e esperanças de dias melhores.
Sou história... 22/05/08
Sou um pouco de tudo, fui ao topo das grandes ilusões, encontrei grandes amores, terrores, paixões e encontrei quase tudo, faltaram apenas as minhas incertezas, outrora negada;
Sou escravo do tempo, não sou mais aquele jovem de outrora, não tenho mais tanta beleza, talvez apenas tranqüilidade, alguns fios de cabelos brancos expressam o envelhecimento das células;
Sou critica, às vezes sou elogio, momentos de gloria, de êxtase, alegria às vezes, momentos de trevas, luz, choro... Tudo isso foi à vida que me concedeu, me fez assim;
Sou projeto de vida pacata, divertida, sem graça, sou plano, sou indecisão, ora tenho paz, ora tenho guerra, às vezes me jogo no caos, outrora almejo a ordem das coisas;
Estou aqui e não desisto nunca, nem do tudo, nem do nada, sou apenas um escravo humano, vivendo as mazelas do destino, cruel e maldito. Parabéns por mais um ano de vida Nilson, resta apenas esperar por alguns sonhos em mais um ano.
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Prados ... 23/05/08
Meu caminho trilhado nas entranhas da vida, um caminho de buscas e de descobertas, uma vida tão sonhada, tão planejada e pouco realizada;
Às vezes caminhos que desencontram que se perdem na imensidão da escuridão, caminhos perversos e mundanos que parecem mais uma forca;
A vida é assim, triste e cheia de sonhos, sonhos e decepção, caminhos que parecem feliddade, porém é uma felicidade ingênua e vulgar, jamais seremos felizes comprando o tempo e a atenção de alguém;
Serei um eterno desgraçado, um eterno infeliz, se eu não mudar a minha forma de ser e agir. Preciso pensar e tomar uma atitude, talvez não seja a mais feliz, mas será a mais sensata;
Tomar uma decisão provoca angustia, mas às vezes é preciso ser forte o suficiente para tomar decisões autênticas em nossas vidas. Uma vida sem busca, sem objetivos, sem metas, não pode ser digna de ser vivida;
Creio que será um dia difícil para mim, hoje é um dia de uma decisão que irá marcar a minha vida para sempre, a partir de hoje um novo caminho irá trilhar a minha existência?
A chuva... 02/06/08
O barulho da chuva parece estrondar os meus ouvidos, a magia do ar frio se espande e penetra a minha alma; o som da água batendo no chão remete-me ao som de uma bela orquestra, ao som da orquestra eu canto o meu pranto, sombrio e tardio que parece sonhar.
Sonhos que voam ao léo sem destino, e ao som do mar; navega noutras águas nunca dantes navegado;
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Assim... 02/06/08
Assim é que chegou ao fim do nosso romance, um ano de relação, um pouco fria e sombria, um ano de laços e interesses, os meus e os teus entrelaçados; sonhamos, amamos, abusamos da fantasia e do prazer, parecia que seriamos eternos, apesar de sempre acreditar que o pra sempre, sempre acaba;
Assim foi o nosso amor, até projetar morar na mesma rua agente projetou agora não nos conhecemos, nem mesmo os endereços têm, vai pro inferno com todo o seu desejo ardente e atraente, siga o seu caminho e seja feliz.
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Agora... 31/05/08
Dos meus estranhos sonhos nada foi realizado, tudo foi esquecido, tudo foi modificado e agora nada está esclarecido; as minhas estranhas manias parecem concretas, agora o que era concreto, parece abstrato e obscuro, nada parece racional;
Sonhei com os mais sagrados desejos, busquei no intimo do meu ego saciar os seus ensejos tão insanos, apesar de tudo nada consegui, perdi tudo, perdi os sonhos, os planos, perdi o rumo da vida;
Por mais sombrio que seja o presente a vida precisa continuar, por mais que sejam doloridos, os sonhos estão de pé, avante à vida, avante os planos;
Do nada tirei os seus e os meus sonhos, os nossos desejos parecem intermináveis, apesar de saber que nada é eterno, pensei que agente era feliz;
Hoje sou forçado deixar tudo de lado, você, os meus apegos, desejos e paixões, agora que virei a pagina da nossa relação, só me resta aproximar-me do belo e irresistível horizonte sem fim, e esquecer o nada, o resto fica por conta da imaginação, da emoção, do destino e da vida.
Sou... 24/06/08
Sou o que sou uma essência do devir, sou a existência sem essência descrita. Sou a certeza da vida, sou o ímpeto do bem, sou o reflexo da razão pensada e escrita nas estradas da vida. Sou a tristeza da minha existência, a angustia do ser latente, sou nada, sou tristeza perdida, sou as cinzas do passado lançada em alto mar.
Sou a decepção dos planos caídos, dos sonhos perdidos, da certeza perdida. Minha tristeza é tão exata, é tão presente, é tão vivida que não posso fugir apenas viver os instantes da minha sangrenta existência.a
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Preciso... 24/06/08.
Preciso entender o passado nunca dantes entendido; preciso ler o segredo que outrora fora escondido; preciso descobrir o caminho que não foi percorrido, preciso recordar o romance que foi esquecido;
Preciso apurar a essência do nada, encontrar o pó da estrada, desvendar o amor esquecido; preciso transformar os meus erros em acertos, as minhas duvidas em certezas perenes; preciso transformar as minhas paixões em dores do além.
Pergunto ao meu ego o porquê das dores da minha existência; preciso escutar o meu sexto sentido e entender as dores da vida; preciso resgatar a memória esquecida, a essência perdida, o retrato rasgado;
Preciso fugir da guerra e da paz, preciso esquecer as mazelas da vida, terei que esquecer o inferno moreno que tanto me excita.
Agora que sei da fuga do meu ser, preciso apenas recordar tudo aquilo que sou que fui e que serei, preciso viver, amar e sonhar.
Sou eu... 25/06/08
Eu sou a luz que ilumina as trevas, eu sou o principio do bem e do mal, eu sou aquele que é, sou também o devir do amanhã.
Eu sou a paz que ilumina a minha alma, eu sou a luz que irradia a minha razão, a razão dos meus erros, a razão dos meus desejos e sentimentos banais.
Eu sou o milagre da vida, eu sou a essência do bem, eu sou a angustia eterna que assola o meu ser.
Eu sou os planos desertos, o sucesso incerto, o passado perdido, eu sou a luz do luar, a flor do amor, a essência do nada.
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Palavra divina... 25/06/08
Meus pensamentos divinos, minhas idéias reais, as fantasias fatais expressam a divindade do homem.
O homem é divino porque eterniza dentro de si o poder do bem, pela palavra e pela virtude o homem passa a ser divino, tudo é divino; meu corpo, meus risos, minhas intuições, meu desejo selvagem por copos viris e morenos, tudo isso expressa a minha divindade.
Meu princípio de amor, meu instinto de compaixão, expressa o poder divino que existe em mim.
A fantasia cria o real a partir da imaginação, Deus é a imaginação do homem, é a força criadora do homem, tudo que é bom e é aceito pela maioria se tornam divino, por isso, minhas ternas palavras são divinas.
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Pensar... 05/07/08.
Pensar é refletir a realidade e ao menos tentar transformá-la. Quando pensamos o presente agente reconstrói o passado, fazendo reminiscência das idéias e às vezes consertando os erros de outrora.
Pensar é também reviver o passado, o passado esquecido e desalmado; pensar é criticar a realidade, não concordando com a cultura hipócrita em que vivemos.
Pensar é não cultivar a nefastidão do preconceito, sustentado por uma sociedade suja, hipócrita e dissimulada. Pensar é transcender tudo que há de negativo e acreditar que apesar de tudo, o sol existe.
Amanhã... 05/05/08.
A vida brota como a água da fonte, a juventude floresce como se fosse o amanhã. Se o amanhã não existisse, a vida não continuaria assim, os bons ventos não continuariam assim.
Amanhã, quem sabe, será como a neve que chega ao deitar da noite e foge ao levantar; o amanha será incerto, duvidoso e tenebroso; os meus projetos e sonhos não pertencem a mim, pertencem ao amanhã; e o amanhã pertence ao devir;
O devir dos meus sonhos, o desejo do ser, ter e viver pertencem ao amanhã; o vir-a-ser dos meus planos lindos e excitantes que outrora pareciam impossíveis se tornou a realidade porque o amanhã existe.
No ímpeto dos meus desejos e na sacanagem dos planos, não desistir, apenas pensei, pois tudo pertence ao amanhã; aos pés dos meus planos, não desistir, diante das desgraças da vida coloco o meu pranto e no altar narcísico depósito os meus sonhos.
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Se eu viver amanhã... 06/07/08.
Se eu viver amanhã serei como as borboletas que voam sem eira nem beira, se o amanhã existir com certeza os meus sonhos tornaram realidade; as utopias deixaram à ilha e os meus ressentimentos serão depositados na ilha de Itaca.
Vivendo o amanhã saberei os segredos de Zeus, irei desvendar o mistério do monte Olímpo, vou tirar a máscara do segredo de drácula.
Que beleza será o amanhã, serei idolatrado por Atena, a deusa da razão, serei eternizado com meu belo e másculo corpo, superior a Hercules, o filho de Zeus.
O amanhã será uma surpresa, serei surpreendido com a beleza e o encanto de narciso, serei maior do que Zeus e terei a força de Ares.
Serei eterno, pois vou roubar os mistérios de cronoss e eternizar a minha alma; deixarei a minha biografia escrita nas chamas da alma que serão fontes do amor entre Helena e Pares, tudo isso será possível, se eu viver amanhã.
Realidade... 07/07/08
Sonhos que um dia foi realidade e num instante inesperado deixou de existir. Sonhos que parecem ilusão, desejos que se tornaram paixões; escrevo para preencher o vazio da minha alma; transformar os sonhos em poesia, sonhar é descrever o trajeto das nuvens e a saga da chuva e a força incandescente do fogo;
A força consumidora do fogo parece com o sonho daqueles que se foram; o fogo dos sonhos estranhos, das paixões profanas e dos desejos sacanas; assim são os sonhos tanto dos infelizes quanto dos felizes.
Sonhei com o paraíso de Eva e Adão, pena que quando tentei possuir o fruto proibido fui expulso do paraíso e agora “só sei que nada sei”. Sonhei com os lábios quentes, com o hálito selvagem e o desejo sacana; sonhei e possuir o seu corpo perfeito, o desejo realizado.
Hoje não sonho mais contigo, vivo apenas o presente cada vez mais surpreendente, vivo as minhas aventuras de tal existência.
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Verdades... 15/07/08
Não preciso preocupar em encontrar a verdade, afinal diante das minhas convicções eu sou a minha verdade. Não encontrei a verdade dos dogmas, busquei nas instituições, porém não encontrei, procurei a verdade sagrada, revelada, não me convenceu, a verdade está alem das verdades edificadas.
Agora que sei, a verdade é um eterno devir, digo com ironia; a minha verdade sou eu, os meus dogmas sou eu, sou eu o meu inferno, o meu céu está no intimo do meu ser.
Verdades? Não sei, não encontrei, jamais irei impor uma verdade criada, medíocre, manipulada; a verdade sagrada, minhas paixões encarnadas, minhas verdades amadas e odiadas. Não sou Luis XIV, mas a minha verdade é a essência humana, sagrada e profana sagrada e profana.
*Luis XIV foi um Rei francês que viveu no século XVII, um dos principais monarcas do sistema absolutista europeu.
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O vento... 16/07/08
O vento tocou o meu rosto... O vento roubou os meus sonhos; traiu o meu ego. A tempestade passou e hoje estou cada vez mais cheio de sonhos e paixões outrora rasgada pelo vento.
O vento levou os prazeres da vida, o vento roubou minhas verdades, o vento tirou a minha fé, e a vida continua cheia de prazeres, verdades e fé. O vento roubou a minha vida, o futuro ficou incerto, roubou meus amantes, agora que vivo porque o ar existe, estou cheio de vida, futuro e amantes.
O vento matou os meus neurônios, a verdade criada manipulou a minha vida, a liberdade foi enforcada, agora que livre estou, cheio de verdades, liberdade e vida. O vento varria os sonhos, o vento manipulou os anos perdidos, os planos traídos, o vento levou tudo e a minha vida está cada vez mais cheia de planos e sonhos além.
* “Poema inspirada na canção de Manoel Bandeira: canção do vento e da minha vida.”.
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Pensar... 24/07/08
Agora que descobrir, sei que o sonho existe, por isso existo porque persisto em pensar. Pensar me faz encontrar o caminho do bem, do mal, o caminho sem fim. Pensando encontrei o eterno devir da minha existência.
As luzes da razão me despertaram pra vida, agora sei que vivo e, portanto preciso encontrar o sentido da minha existência. Existo porque o acaso existe, e assim serei eterno porque as minhas idéias estão plantadas nas trilhas da minha história.
Não sou o centro do universo, mas preciso existir, logo tenho que ser pensante, não quero a sua verdade, não sou um seguidor de verdades patrocinadas, não quero verdades afinal penso e edifico as minhas verdades. Sou verdade, caminho e história, agora sim posso pensar.
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Buscas... 08/08/08
Vivo porque as minhas buscas motivam e entusiasma, o encanto da vida me faz buscar o desconhecido, a busca pelo sucesso, pelo sumo bem, uma busca incansável. Busco desvendar os meus erros, encontrar os acertos e voar rumo ao além.
Busco os anseios do meu ego, almejo os sonhos de vidas passadas, temo os desejos do ego ferido e esquecido. Esqueci os planos sagrados, deixei no terreno baldio as mazelas da vida medíocre que um dia sonhei.
Sonho que busco e almejo planos que parecem esquecidos, erros nunca cometidos, agora poderei experimentar o que nunca dantes pude ser. Agora que sei que a busca é um eterno devir, posso materializar os meus sonhos, apalpar as buscas em que um dia pensei não ser perfeitas.
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Razão... 24/08/08
A razão é uma amante de Atena, é minha eterna companhia... A razão escuta a minha prece e exalta o ego da minha existência. Existo porque penso e dentro dos meus pensamentos a verdade existe, somente pela razão é que a humanidade existe e o sonho do novo persiste.
A razão dos meus planos que outrora eram irracionais, agora são claros e objetivos, os objetivos da razão me fizeram buscar a liberdade entre os clarões de o eterno devir da minha prece, viver é uma eterna prece.
Existo porque os meus neurônios me fazem refletir, reflito os meus erros, clamo os meus acertos e lamento a fatalidade.
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O espelho... 25/08/08
O espelho dourado irradiou os meus olhos e tocou a minha alma, o espelho mágico me transformou em um K2 adormecido, esperando as vítimas inocentes para serem transformadas em mártires.
Os martírios da vida, os mártires das avenidas abandonadas e excluídas, os martírios injustiçados, mal amados, os martírios sem fim. Espelho meu porque me abandonastes no deserto do Seringhete?
O espelho que despertou em mim uma eterna razão, razão pela qual iluminou a minha alma se me fez gente; que fala que grita e que sabe que as rosas existem ainda que a morte venha assolar o meu ego, ainda eu ande em um vale escuro da minha existência, as rosas existem, seu perfume existe, o espelho ainda persiste em minha essência, hoje eu estou folote.
*Folote. Adjetivo popular brasileiro: pessoa que tem muita folga que não faz quase nada. Dito muito usado nas comunidades rurais do nordeste de Minas Gerais.
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Minha liberdade é escrever... 26/08/08
Liberdade, pra que? Libertas ao aquém, liberdade talvez, liberdade amém, sem fim, sem corpos e sem nada. Minha liberdade é escrever, se escrevo é porque sou livre, sou livre porque sou poeta.
Busco na poesia o controle dos meus anseios, um tanto selvagens, uma cegueira brugudú que parece miragem. Escrevo porque sou livre, sou livre porque sonho em voar além dos meus limites, dos meus planos de saudades, de amor, paixão, planos de solidão, o que fazer se a solidão não é um problema, mas uma eterna companheira, basta aprender conviver com ela.
Na imensa barreira do desconhecido encontro a imensidão do tédio abandonado nas sarjetas das trevas. Nas trevas da angustia descobri caminhos, no caminho, procurando as fugas encontrei as sórdidas e infelizes traições; traições do meu ego, dos meus princípios e da minha nau em alto mar.
Agora que sou livre, escrevo porque o livre arbítrio assola a minha existência, existo porque sou livre, sou livre, afinal a poesia existe.
*Brugudú: pop bras. Adj. Uma pessoa gordo, de alto peso. É importante registrarmos a linguagem popular, para não se perder no tempo, este linguajar é muito usado no interior da Bahia e Minas Gerais.
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Sonhos e desejos... 26/08/08.
Escrevem-se os desejos a ferro e fogo; ao redor do sol incandescente reflito sobre as chagas da razão. Dos profundos suspiros surgiu o clamor da alma sofrida; os pálidos sonhos clamam noite e dia pela ânsia de encontrar o desconhecido. O desconhecido da sua trágica existência, o desespero dos eternos abismos da alma.
Os sonhos da vida fracassaram, os planos do mundo se perderam, a perdição dos amores, as canções dos horrores passaram; passou o sonho, fugiu os erros, encontraram o destino insolúvel; o insolúvel permaneceu na eterna mania do devir.
O devir dos sonhos, o voar dos planos, o cair do sucesso, o naufrágio dos sonhos; tudo parece o fim, o fim não é o fim é o começo de um novo sonho, de um novo desejo.
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Amo... 27/08/08
Amo a vida porque o instante existe; amo o instante, afinal o meu fôlego persiste. Amo as fogueiras que devoram o meu ser; detesto as fogueiras da inquisição; amo a essência das almas perdidas; morro de amor pelas vidas esquecidas e adormecidas.
Amo a cena do teatro dramático, amo seu corpo atlético, amo as vísceras da paixão carnal; bebo o sangue da ilusão, me jogo ao suicídio da paixão e entrego-me aos teus braços.
Amo a existência sórdida, amo os flácidos amores selvagens; amores sagrados, amores passados, morenos safados e indecentes; amores perdidos, fechados aos gritos na gruta do além, o além do meu inconsciente, o além das paixões, meu Deus, era as dúvidas que norteavam o meu ser.
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Miséria ... 27/08/08
Sonhos que passaram em um instante desconhecido, sonhos que um dia fora esquecido, sonhos de amor, de paixão, de sedução; sonhei, mas não encontrei o destino, afinal o sonho faz parte da minha utopia, minha miséria existencial.
Sonhos de poder, sonhos de amar, sonhos que um dia foi odiado, perdido, encontrado; sonhei, mas não encontrei o destino, perdi o pique, mas não desistir de sonhar, afinal o mito faz é inerente ao mito utópico daquilo que somos.
Sonhar é o lema dos poetas, por isso é que sonho, afinal, a poesia existe, o tudo, o nada, o além existe em eu ser.
Diante do trono do nada encontrei minhas duvidas, cessaram as injúrias, a poeira passou e o sonho ainda existe. Agora que tenho a nítida certeza que o sonho existe, quero apenas incrementar aos meus planos a minha odisséia celestial.
Sonhei com o poder, sonhei com o sucesso, sonhei em ser divino, mas perdi o poder, o sucesso não veio e a minha divindade pereceu numa luta contra Aquiles.
Sonhei com o fim do mundo, porém não aconteceu, sonhei em ser rei, mas a minha tão sonhada majestade fracassou o fracasso meu Deus, não era dor nem tristeza, era apenas as minhas dúvidas persistentes em minha existência.
Existo para sonhar e refletir em lugar dos míseros cérebros insanos e perdidos, por isso, é que sou poeta. A poesia é o paraíso dos sonhadores, o palácio dos doutores, a dádiva do criador, a poesia me leva ao nirvana dos budistas, ao céu dos cristãos e ao harém dos árabes, por isso é que sonho e vejo a lua deitada no horizonte tentando sonhar beijando o sol, tudo isso é possível porque a poesia existe, este é o eterno mundo dos poetas. Ainda que morram os poetas, ainda que sofram a poesia será a boca dos mudos, olhos dos cegos e ouvidos dos eternos e mortais poetas.
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Onze minutos... 11/09/08
O onze de setembro foi semelhante aos onze segundos da minha existência, corri, vivi, chorei, mas depois do susto acordei sóbrio e contente.
Onze minutos de pânico, onze segundos que mudou o mundo, dasafiou o gigante e adormeceu os sonhos... Os sonhos de poder, sonhos de controlar o capital de Bin Laden, sonhos de manipular o mundo.
Os sonhos continuam apesar de as torres terem caído; onze segundos que nunca esqueci, segundos que marcaram o meu ser. Ser do mundo dos minutos vividos, desse modo, encontrei um tesouro de sonhos, sonhados e trancados além mar.
Os planos que fizeram os minutos passarem, os minutos cessaram, os segundos passaram, mas a história permanece.
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Traços da persona... 12/09/08
Traços infalíveis e deblaterantes, traços de um físico definido, forte e sedutor que domina ao extremo, seduz ao estremo e debalando os meus instintos selvagens.
Persona de alto risco, de lindo ofusco, ao tocar do vento; traços marcantes que seduz o inconsciente e domina a alma, alma sadia, sonhos passados.
Um tarado calor exuberante, tocando os teus ouvidos, os meus ouvidos, provocando respiros, suspiros e gemidos; gemidos de calor, dor e excitação, prazer ao extremo, prazer bacana, sacana e selvagem.
Perfumes que seduz voz que manipulam os seres de corpo e alma; físico forte e perfume, tudo em fantasia, tudo atrai, os iguais atraindo iguais e queimando de prazer e excitação, que seduz todo o meu ser... Prazeres e desejos picantes, atraentes, que de vez em volto sopra os meus ouvidos e domina-me.
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Morte e vida... 20/09/08
Morte do meu ego ensangüentado, morte dos instintos estripados, morte da tal liberdade; morte daquilo que sei sepulcro de tudo aquilo que não sei, morte dos ventos esquecidos, morte fria e insensata que seduz, encanta e mata.
Morte da liberdade que grita nos ares da guilhotina, liberdade sufocada e assassinada nas ruas, nos rios, nos becos e avenidas.
As avenidas do meu inconsciente parecem que estão adormecidas, nos porões da minha existência estão algemadas os entraves terrenos. Os ventos da morte sopram pelos quatro quantos do mundo, morte que espanta, assusta e apavora, morte de outros mundos, morte secreta, morte sórdida e algoz.
A morte é o fim último do homem, caminho sem volta, pergunta sem resposta, erro sem acerto, desdém, tirano ao léu, ao aquém.
Ser e nada... 26/09/08
Ser a semente jogada em meio aos espinhos. Ser o encontro marcado entre o bem e o mal; ser a essência da vida, encontrar o sentido de ser gente. Ser gente que fala que cria e constrói o amanhã, o amanhã sem pensar no depois. O depois que um dia pensei, um depois sonhado e planejado, plano do ser que está além do bem e do mal, planos que remetem ao eterno retorno de Nieschtz. O eterno retorno dos meus sucessos e incertezas; o incerto do ser homem, gente e história. Os meus másculos sonhos agarrou o meu ser e penetrou a minha alma; com tanto testosterona que os meus sonhos levaram-me ao paraíso viril da existência.
A força do seu ser, os meios de sedução, a força da paixão de ser gente, que pensa, ama e goza dos bons momentos da vida. Ser historia viril, amor ardente e complacente com as minhas sórdidas paixões; paixões, destino, quem sabe o filho de Zeus, sou eu, o meu profundo ser.
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Presentes... 26/09/08
Presentes que a vida me deu, no mundo oculto da vida noturna; presentes safados e indecentes, sacana e vadio até demais; vadios ao extremo, sexy ao extremo. Presentes enormes, volumes indescritíveis, formas que seduz os sentidos; paixões eróticas, presentes morenos, olhos vivos e brilhantes; corpos jovens e viris, corpos claros e morenos modelados ao extremo;
Modelo selvagem, paixão recolhida, amor bandido e vulgar, amor fútil, amor assim, o bom da vida é a sacanagem; que se torna a vida cheia de presentes ambulantes que vem e vão; o insaciável encontro do desejo por sacanas presentes; o inferno do outro que mim faz escravo e selvagem, amarrado as algemas do tesão e o desejo encontro, você escondido em um manto de ímpeto juvenil e animal, tudo ao extremo, presente ao extremo.
Mistérios... 28/09/08
Mistérios que sondam a vida e desperta a minha critica razão; mistérios que parecem sinceros, mistérios sombrios e até lúdicos ao extremo; mistérios que tocam o corpo e a alma, mistérios que transformam a vida em morte, mistérios que edificam rios em meio às cachoeiras.
Mistérios que ressuscitam a minha sacana razão, razão que afugenta as fúteis idéias da “verdade”; mistérios que despertam meu silêncio profundo e os barulhos do desejo vulgar e vil. Mistérios que guiam as idéias que constroem caminhos distintos e traçados. Mistérios que faz descobrir a sua beleza, que amarram os desejos e a razão.
Razão do tudo, do nada, razão que acompanha os mistérios inexplicáveis da vida. Mistérios da elucidada Deusa razão, que ilumina alma, a mente e me faz cada vez mais convicto daquilo que sou.
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Pulchae véritas... 03/10/08
As verdades que descobrir não me convenceram; as certezas divinas parecem mitos, a verdade medíocre, sem eira nem beira; a verdade dos santos medíocres e hipócritas; uma verdade criada, insana e ultrapassada; a verdade manipulada pelo cristianismo é uma veritas palperium, verdade pra quem não pensa, eu como tenho um cérebro raciones, procuro construir verdades...
Ah e a verdade que nós buscamos? Onde está? No cristianismo? Em Alan kardek, Gandhi, Buda ou Maomé? Talvez quem sabe na umbanda, ou candomblé, quem sabe a santa filosofia de Kant dê a resposta.
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Na minha goela não... 03/10/08
Quem és tu para penetrar a sua verdade na minha goela; se alguém escreveu a verdade na bíblia, problema é de quem escreveu; eu que sou um ser cético e racional, almejo a verdade dentro da minha própria entranha.
Não sou um museu para guardar relíquias e armazenar verdades, escritas e criadas há tempos outrora; não sou da pré història, por isso é que penso e existo, faço e sigo o que acredito ser melhor para a minha existência sonhada e amada, às vezes odiada.
Quem es tu Brutus para socar essa lei medíocre do “pode e do não pode” no meu eterno e imanipulavel ser.
Sou um ser finito, logo, vou sucumbir desse planeta, mas nem por isso, irei curvar-me diante da verdade dos clérigos medíocres e insanos ao extremo; eles manipulam mente e alma e no final me pague dez por cento e vá para o céu, se não pagar vai para o inferno, ah e porque tenho que pagar? Foi deus que mandou cobrar e é verdades !!! Está na Blibliaaaaa!
Conceição... 04/10/08
Sou racional, penso, toco, analiso, sou livre para expressar o que sou e o que sinto, sinto o fluir da hipocrisia dessa gente que se diz santa e superior; para mim não passam de párias fúteis que não pensam, apenas copiam e assimilam o que está escrito;
Sou mais eu, afinal a verdade sou eu, a minha bíblia sou eu, o meu deus sou eu; o meu inferno às vezes sou. E o demônio? São os outros que incomodam tanto com os diferentes, afinal quem pensa incomoda.
Sou razão vontade e coração; sou reflexão, não preciso seguir o caminho dos deuses, pois tenho o meu próprio caminho, não preciso seguir uma fé hipócrita, uma verdade mesquinha; a verdade sou eu, o que faço procuro assumir, não sou hipócrita para colocar a culpa em Deus ou no Diabo; não preciso seguir o exemplo de Eva que pôs a culpa na serpente, o ser autêntico assume aquilo que faz; por isso, sou livre, sou verdade; sou tudo, sou nada, sou um pó na estrada da vida, feliz e não hipócrita.
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Poder... 04/10/08
Poder da vida que um sonho me deu; poder de compra que conduz ao consumo; poder de perdição, desejo de manipular a vida, os sonhos, a vontade coletiva, desejo de ser o que não é. Poder para subir ao pódio, roubar os pobres e arremessar os sonhos do novo ao abismo; o abismo inconsciente que rodeia o ego da vida vil e deliciosa; poder de corrupção, de perdição, de manipulação, poder de vida, de morte que assola fracos e fortes.
Vejo... 04/10/08
Tudo sonha, pula e sorri de paixão, depois do sonho, vejo flores, rios e pássaros; pássaros que cantam o devir das almas esquecidas; almas que cantam e digladiam as misérias alheias.
Misérias da vida, misérias fúteis que passam; misérias existenciais que provoca alegria em uns e tristeza em outras...
A suástica certeza... 04/10/08
A paisagem ilumina a alma e atravessa a inconsciente suástica do meu ser; o meu ser insaciável por idéias racionais, não sei o que sonho nem o que busco, nem o que duvido; embora lúcido, encontro o caminho.
Em um súbito pensamento surgiu algo que estava subjacente as minhas intactas idéias. O caminho sombrio, pálido e transparente, a transparente idéia parece uma flor ao desabrochar. O deserto branco e misterioso surgiu no inicio do caminho; a minha intacta idéia do mundo desabou, restou apenas o profundo silêncio.
O calar que procuras, a curva do horizonte; o gladiador angustiado querendo lutar até vencer e vencer. Vencendo as dúvidas surgem à certeza que outrora jaz no profundo silêncio. Jaz os meus
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pesos, jaz a certeza que outrora era a rainha Cleópatra; agora sei que tudo está repleto de duvidas e certezas.
Olhos... 05/10/08
Os meus olhos estão abertos como os da esfinge do Egito, vigiando os mortos que ali estão sepultados. Meus olhos sondam as verdades sepultadas no santo sepulcro e dali não sai. Virgilio, narra os episódios passados e criticam os fatos presentes. Os vales agora estão verdes, os rios passam derrepente e esqueço tudo ao vento;
O vento levou; levou os pés para a água e molhou a calça de Valter, deixando o belo moço com frio; o frio secou os meus olhos e cortou a minha estranha loucura, loucura mim deu uma insana certeza.
Insanidade é não pensar com certeza o que não é certeza, construir certezas e avaliar o incerto, construir o caminho e avaliar as ondas do mar, as ondas molham as areias da praia e destroem os castelos edificados na areia.
Os castelos enormes estão comprimidos em meio ao cérebro, o cérebro que não pensa, não analisa, nem reflete pensar o mundo e pensar a vida é reinventar um novo caminho, caminhos que vão e vem.
Reflexões, 2ª edição, 15 de outubro de 2013.
Viver com dignidade em si, consiste em um grande desafio existencial para todos os homens e mulheres que almejam serem protagonistas do seu próprio destino. Contudo, sabemos que para se construir uma personalidade verdadeiramente cidadã, existe um caminho tão somente pela educação, sendo esta a grande ferramenta transformadora da humanidade.
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No Brasil atual, vivemos um grande dilema, a escola pública está em quase que 100% do territorial nacional, todavia, a qualidade da nossa educação está cada vez pior, com a cultura da Alfabetização na idade certa, o governo está a afim de, conceder aqueles alunos que tem dificuldade em ter um bom rendimento escolar um certificado de “idiota”, hoje o que mais vemos são analfabetos funcionais, os quais não sabem se quer escrever um bilhete dentro da norma culta.
Portanto, registro aqui a minha indignação enquanto educador sou contra todo o descaso do governo, com a educação infanto-juvenil, os piores salários estão na educação de base, uma vez que, são nos primeiros quatro anos que a criança adquire bagagem para se desenvolver cultural e intelectualmente.
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Ano I - 1ª edição, julho de 2013.
Nascido aos vinte e três de maio de 1975, Nilson Fonseca nasceu na Fazenda Boa esperança, antiga Fazenda Conceição da Vitória, município de Alcobaça, estado da Bahia. Nilson Fonseca é filho de migrantes mineiros, os seus pais, Luís Rodrigues Fonseca e Carmelita Gonçalves Fonseca são da cidade de Águas Formosas- Minas Gerais.
No ano de 1973, os teus pais compraram uma pequena fazenda de 60 hectares, nas margens do córrego do ribeiro grande, antes a propriedade pertencia ao senhor Salustiano Melchiades dos Santos. Quase dois anos depois, nascia de parto normal, Nilson Fonseca, começou a trabalhar na roça com o seu pai desde os cinco anos de idade, aos oito anos começou a estudar no povoado de Novo Destino com a professora Edenildes, mas antes ele também estudou com uma senhora por nome de dona Eldí. Nilson caminhava 06 quilômetros todos os dias pra estudar juntamente com os teus irmãos e amigos.
Em 1986, na vizinha fazenda Campo verde foi aberta uma escola, por nome de Escola São Luís, o Primeiro professor desta escola foi Benedito Borel da Conceição, em 1987, tivemos uma segunda professora, Sonia Borel, em 1988 a minha irmã, Silvani Fonseca lecionou, em 1989 foi à vez do professor Reginaldo Silva, hoje é policial militar, em 1990 terminei a 4ª série primaria e por falta de incentivo dos seus pais, Nilson ficou cinco anos, sem estudar, somente aos 21 anos é que ele voltou a estudar a 5ª série, era o inicio do transporte escolar em Alcobaça. Varias vezes ficou sem estudar por falta de professor, por isso, somente aos 15 anos é que ele conseguiu terminar a 4ª série primária. Somente a partir de meados da década de 90 é que a educação começou a melhorar na região, surgiu transporte de graça, professores graduados, escolas maiores etc. A não permanência de professores na escola rural onde Nilson estudava fez com que ele se atrasasse em relação a idade e série. Por isso, somente aos 15 anos ele conseguiu concluir o primário, hoje isto é considerado um absurdo, mas, há 25 anos atrás era algo normal.
Trabalhando na lavoura desde criança juntamente com seus pais, Nilson sempre gostou de ler e escrever e gostava também de ouvir “A voz do Brasil”, pois naquele tempo, o radio a pilha era o único veiculo de comunicação na zona rural onde ele vivia, mas Nilson sempre sonhou em ser Professor de História. Em dezembro de 1994, foi para a cidade São Paulo em busca de uma vida melhor, até que conseguiu um emprego de ajudante, ganhava um salário mínimo por semana, contudo, o pacato jovem do interior da Bahia não se adaptou na cidade grande, retornou para a
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sua terra em 1995 e em 1996 começou a estudar no EMEF São José e em 1999 concluiu o ensino fundamental.
Apesar das dificuldades de trabalhar e estudar, Nilson não desistiu, em 2000, matriculou-se no CEA em Alcobaça, e cursou o ensino médio na modalidade supletivo que duraram dois anos. Muitas vezes o carro que o transportava para estudar em Alcobaça tinha muitos defeitos mecânicos, e às vezes, para não dormir no ônibus, Nilson juntamente com seus dois irmãos Marcos e Edilene eles caminhavam dez, quinze quilômetros para chegar em casa. Neste período, a renda familiar era tão somente da produção artesanal de farinha de mandioca, às vezes, ele e a família trabalhavam torrando farinha todo o dia e a noite tinha que ir estudar cansado, acontecia que, dormia durante o trajeto da sua casa até a escola e até mesmo durante as aulas ele cochilava muito...
Nilson sempre se sentiu na contra mão da sociedade, seu primeiro beijo foi somente aos dezessete anos, com uma moça por nome de Zenida, que morava em uma vizinha fazenda chamada “Contra Eva”, mas ele sempre preferiu um bom livro em detrimento de baladas e aventuras. Muito religiosa, acabou ingressando no Seminário Menor Bom Pastor, da Diocese de Teixeira de Freitas – Bahia, isto aconteceu no dia 08 de julho de 2002, seis meses após a conclusão do ensino médio, Nilson acreditava ter vocação para o sacerdócio, passou seis meses no Seminário menor e em dezembro de 2002 fez o vestibular no Instituto de Teologia de Ilhéus-Bahia, onde fez bacharelado em filosofia, terminou o curso e pediu ao bispo da época um tempo para pensar sobre a vocação, voltando para sua casa, passou seis meses refletindo e em julho de 2006 começou a trabalhar como professor de filosofia no Colégio Estadual Eraldo Tinoco, se identificou com o magistério em 2008 começou a cursar História na Unoparvirtual, morando em São José de Alcobaça e dando aulas, Nilson fez muitas amizades: Marizete, Charles, Claudio Carlos Alberto, Bernardo, Robério, entre outras pessoas as quais ele conviveu e construiu sólidas amizades e muitas delas existem até hoje.
Em 2010, Nilson ficou desempregado e resolveu cometer a loucura de ir ao Rio de Janeiro, transferiu o curso de História para o polo de Nilópolis-RJ, ficando no Rio por seis meses na casa do seu amigo Robério Fonseca, Nilson conseguiu um serviço pra fazer vistoria em carros, mas não teve êxito, voltando pra sua terra natal ao mesmo tempo, em julho do mesmo ano, continuando o curso de história mesmo sem emprego, porém, os seus pais ajudaram a pagar o restante do seu curso, sendo ele, muito grato por tudo isso.
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Em 2010, Nilson fez o seu primeiro livreto de 100 páginas “O Profundo Silêncio”, não tendo condições de publicar, Nilson fez um blogger e publicou parte do seu livro na homepage: Nilson-magister. blogspot.com. em 2011 fez um processo seletivo e é aprovado para lecionar no Distrito de Novo Destino, onde trabalha até hoje. “Em Novo Destino, tive uma experiência salutar, eu que nunca havia lecionado para o ensino fundamental, trabalhei com uma turma de EJA, uma sala de jovens e adultos, ali, tive um aprendizado inexplicável, muitas frustrações, mas também muitas amizades e realização, enquanto profissional”.
Em julho de 2011, Nilson voltou a pensar em ser religioso novamente, visitou o Instituto Miliciano de Cristo, em Vitória- ES, cujo superior era o Cônego Padre José Airola, passando uma semana no convento do Carmo e depois voltando pra casa Nilson decidiu não entrar na ordem religiosa, continuou a sua missão de educador e formador de cidadãos.
Entre tantos sonhos, Nilson tem o desejo de criar uma Fundação Cultural para desenvolver projetos de inclusão social, a sua luta por um mundo melhor continua, influenciado pela sua formação humanista advindo da teologia católica, ele acredita que o Brasil que queremos, somos nós que construiremos. Durante o período que esteve estudando no seminário Maior São João Maria Vianey, em Ilhéus, Nilson teve uma grande experiência, intelectual, espiritual e humano, o contato com professores Mestres e Doutores fez com que a sua formação intelectual se tornasse algo salutar em sua existência, de forma que, Nilson é muito grato a Igreja Católica por ter proporcionado uma boa formação em sua vida.
“considero um presente de Deus, o período em que passei no seminário, a Filosofia e a espiritualidade proporcionou-me um profundo encontro comigo mesmo, de modo que, hoje, sinto-me uma pessoa integrada comigo mesmo, com o mundo e com o próximo, sinto mais maduro e muito mais convicto da minha fé e da minha missão enquanto cristão que sou em levar pra escola a pessoa de cristo.” Nilson sempre gostou de ir a Igreja Católica, foi batizado em Novo destino, herdou a fé católica dos teus pais.
Durante a sua vida vocacional, Nilson realizava com os colegas de seminário visitas pastorais nas paróquias da Diocese de Teixeira de Freitas, onde encontrava o povo nas comunidades, o carinho do povo com o jovem seminarista faz com que ele ainda se lembra dos velhos tempos que foram muito significantes para a sua formação pessoal. “Acredito que quem estuda em um seminário nunca mais será o mesmo, pois as experiências de fé e vida que se tem em uma casa de formação é algo muito importante e marcante na vida do cristão”, disse Nilson Fonseca.
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Muitos amigos marcaram a vida de Nilson em Ilhéus, o seu amigo José Roberto, que hoje é Padre, outra pessoa que marcou a sua vida foi o seu amigo de seminário, o então Padre Isael Silva, são pessoas que foram muito importantes na sua vida, e fizeram uma sólida amizade e mantém contato até hoje. Ainda sobre as amizades, não se pode esquecer-se da catequista Maria Conceição, que trabalhava juntamente com o mesmo na paróquia São João Batista, no Pontal em Ilhéus, uma pessoa sincera e de uma incrível ternura, grande amiga do professor, hoje, conceição é evangélica e eles continuam amigos, apesar da distância.
Na década de 90, Nilson teve uma vida atuante nas pastorais em sua comunidade, foi coordenador da Pastoral da Juventude em 1996, depois foi coordenador da comunidade Bom Jesus, participou da Renovação Carismática Católica em Teixeira de Freitas, toda esta experiência pastoral contribuiu para a sua ida ao seminário, mais tarde Deus lhe deu o discernimento que era melhor continuar como leigo.
Como projeto de vida atual, Nilson deseja criar uma ONG para incentivar projetos sociais e culturais para incluir Crianças, Jovens e Adultos e construir uma nova visão de mundo e criar novas perspectivas para estas respectivas pessoas.
Vida acadêmica
Dezembro de 1990, Nilson conclui a 4ª série primária aos 15 anos de idade.
Março de 1996 inicia o ginásio em São José de Alcobaça e conclui o mesmo em 1999.
Em março de 2000 começa a estudar o ensino médio no colégio CEA em Alcobaça, onde se forma em 2001.
08 de julho de 2002 entra para o seminário menor da diocese de Teixeira de Freitas.
Fevereiro de 2003 inicia o curso de Bacharelado em filosofia, no instituto de teologia de Ilhéus, onde em 2005 conclui o curso e pede um tempo ao bispo para melhor refletir sobre sua vocação.
Sua tese de conclusão do curso de Filosofia teve como tema: a antropologia religiosa de Feuerbach.
Junho de 2006, após pensar bastante começa a lecionar no Colégio Eraldo Tinoco.
Em setembro de 2007, Nilson comprou o seu primeiro veículo, uma moto Honda fan- 125, a qual possui até hoje.
Em março de 2008 começa a cursar História na Unoparvirtual e em junho de 2011 conclui o curso.
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Durante o curso fez um projeto de pesquisa com o tema: como organizar uma visita ao museu em 2009.
Fez outro projeto de pesquisa sobre um tema social: o preconceito e a perseguição aos homossexuais em 2010.
Escreve seu primeiro livreto: O Profundo Silêncio, mas ainda não foi publicado, só em seu Blog.
O seu TCC teve como tema: a influência do negro na formação do povo brasileiro em 2011.
Fez pós-graduação em história e cultura afro-brasileira no Instituto Pro Saber, Em 2012.
Em 2013 elabora o projeto: Cultura e Educação e envia para o Minc/MEC para ser avaliado e está aguardando a reposta.
Em julho do corrente ano, visita o grupo de Capoeira Mestre mangangá e faz uma parceria de trabalho com o mesmo e o EMEF Novo Destino para a realização de um projeto de valorização da cultura afro-brasileira.
Tenho como meta para 2014, tomar posse no concurso público que fui aprovado na prefeitura de Itamaraju, estado da Bahia.
E sonha também em criar uma fundação sem fins lucrativos para realização de inclusão social e valorizar a cultura brasileira.
Ainda para 2014, tenho como projeto, elaborar o meu plano de mestrado em História e Cultura.
Atualmente é servidor publico na cidade de Itamaraju e Vereda, atuando como professor de história. Em 2015 tenho como meta passar no concurso público da cidade de Nova Viçosa e no Reda para dar aulas no estado.

TCC: A FORMAÇÃO DO POVO BRASILEIRO.

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A INFLUÊNCIA DA CULTURA AFRICANA NA FORMAÇÃO DO POVO BRASILEIRO







FONSECA, Nilson da cruz. A influência da cultura africana na formação do povo brasileiro. 2011. 36 páginas. Licenciatura em História. Universidade Norte Do Paraná.


RESUMO

A formação cultural do povo brasileiro foi um longo processo de formação e transformação social de construção e miscigenação, desse modo, tivemos a fusão de três culturas diferentes: o negro africano, o índio brasileiro e o branco europeu, valendo ressaltar que a cultura branca e eurocêntrica predominou sobre as outras duas culturas considerada inferiores. Porem, apesar de existir toda segregação racial e social no Brasil colonial, a mistura de credos e culturas aconteceu quase que naturalmente. De forma que o meio social onde os primeiros colonizadores e escravos índios e negros se encontravam era propicio para uma mistura, as grandes fazendas onde se explorava a mão de obra dos povos dominados. Em suma, a influência cultural do negro africano teve forte influencia na configuração cultural do povo brasileiro. Em síntese, apesar de sermos um país miscigenado, os reflexos do passado colonial ainda persistem em nossa sociedade, dessa forma, o preconceito, a pobreza e a exclusão social de um Brasil desigual e injusto com o seu povo.



Palavras-chaves: Formação cultural – Influência africana – Povo brasileiro – Miscigenação – cultura brasileira – samba – carnaval- sincretismo - cultura- religiosidade.








Este presente trabalho tem como intuito compreender a formação cultural  do povo brasileiro, assim como a influencia cultural africana na formação cultural e  social do Brasil. Esta pesquisa está dividida em dois capítulos, sendo que o primeiro relata a formação cultural do povo brasileiro e a importante influencia do elemento negro em nossa sociedade colonial, bem como as suas respectivas influências na sociedade em geral: costumes, religião, musica, miscigenação e[N1]  etc.
“Diversidade, universalidade, alteridade, etnocentrismo, perspectiva crítica perante a ação colonialista, todas essas ideias se tornaram importantes para as mudanças teóricas e metodológicas que acompanharam as diferentes visões do conceito de cultura que vão sobrepondo”. (CIRINO, P.06, 2008).
 No segundo capitulo, relatamos sobre o preconceito ainda existente em nossa sociedade, sendo este fruto da escravidão. Ressaltamos ainda sobre a singularidade do povo brasileiro, assim como os exemplos e reflexos de resistência social e cultural do povo negro ao longo da história brasileira.
Devido a nossa formação cultural ser multiétnica, a cultura brasileira é repleta de características e protótipos dos povos africanos, portanto, somente observando os nossos costumes, valores, religião e as manifestações culturais é iremos perceber quantas semelhanças que existem entre o povo brasileiro e os povos africanos, todavia, a nação brasileira tem muito mais semelhança com os africanos do que com os portugueses, povo que colonizou esta terra.
“A cultura seria então um todo que abarcava diversos aspectos como língua, costumes, crenças, sistemas simbólicos, classificatórios do mundo e das pessoas, formas de troca, formas padronizadas de comportamento e assim por diante”. (idem, p.10).
Contudo, apesar de sermos uma nação afro descendente, sabemos que o preconceito e a discriminação racial é algo real e institucional, uma vez que o estado não oferece politicas públicas para que haja uma verdadeira inclusão social de todos os brasileiros. Porém, a nossa cultura e o nosso povo tem uma persistência incomensurável, a determinação e a resistência cultural é divisor de aguas nesta pátria tão amada e ao mesmo tempo tão esquecida principalmente pelos governantes. “Segundo Cirino, o homem age de acordo com padrões culturais determinados e não mais a partir de seus instintos, a cultura seria um meio do povo se adaptar aos seus diferentes ambientes ecológicos”. (idem). Sendo assim, os povos vindos da África se adaptaram e construíram uma nova cultura, a cultura do  povo brasileiro.
Esperamos contribuir com este trabalho para melhor conscientizar as pessoas acerca da importância e contribuição da cultura africana na formação do povo brasileiro, em fim, sabemos que apesar das tentativas de segregação racial que houve durante o processo histórico, sabe-se que cinquenta e três por cento da população brasileira se auto declaram negros ou pardos.  Portanto, a mentalidade do brasileiro está mudando, principalmente quando as pessoas passam a aceitar as suas origens étnicas, a autoestima e a identidade de nosso povo crescem e enaltecem a nossa nação brasileira, mostrando que temos valores e princípios tão somente brasileiros com resquícios de vários povos.








Podemos entender por cultura todo o conjunto de manifestações culturais, sociais e religiosas de um povo, a cultura de um povo é difundida pelo seu modo de vida, os seus valores étnicos, morais, religiosos e sociais. Portanto, a cultura de uma nação é configurada ao longo do tempo, desse modo, não se configura uma cultura planejada ou cronometrada, uma vez que a identidade cultural de um povo é um longo processo o qual acontece ao decorrer de varias gerações.

Cultura (do latim colere, que significa cultivar) é um conceito de várias acepções, sendo a mais corrente a definição genérica formulada por E Tylor dward B. , segundo a qual cultura é “aquele todo complexo que inclui o conhecimento”. as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como membro da sociedade. (Dicionario Aurélio, 2009).
                                                                                                    

Todavia, todas as pessoas sejam elas nobres ricas ou pobres, cultas ou analfabetas possuem conhecimentos, valores, princípios e costumes os quais denominamos de cultura. Contudo, uma cultura é construída por influências externas, pelo meio natural, social e religioso, uma vez que tais princípios terão forte relevância na formação cultural de uma nação[N2] . Assim, em uma cultura podemos construir o nosso modo de ser, pensar, viver e se comportar, desse modo, não existe outro item que melhor expresse a identidade de um povo ou nação se não pela cultura.

A cultura de uma sociedade é concebida de forma unitária, homogênea e universal. Acreditar-se existir uma cultura aceita e praticada indiscutivelmente valorizada, que deve ser transmitida na escola, em nome da continuidade cultural da sociedade como um todo. (LOPES apud França, 2010, p.42).

A cultura brasileira, por exemplo, é a alma do nosso povo, uma vez que a expressão cultural reflete aquilo que realmente somos. A expressão cultural é também uma forma de resistência, imposição ou resposta a um sistema ideológico. No Brasil, por exemplo, existe uma diversidade cultural muito grande, afinal a nossa sociedade é uma mesclagem de três elementos diferentes; o negro, o branco e o índio, de modo que tal fusão cultural originou-se uma cultura singular, o povo brasileiro.

Cultura é o resultado dos modos como os diversos grupos humanos foram resolvendo os seus problemas ao longo da história. Cultura é criação. O homem não só recebe a cultura dos seus antepassados como também cria elementos que a renovam. A cultura é um fator de humanização. O homem só se torna homem porque vive no seio de um grupo cultural. A cultura é um sistema de símbolos compartilhados com que se interpreta a realidade e que conferem sentido à vida dos seres humanos. (Dicionario Aurélio, 2011)

Desse modo, a cultura é um valor imaterial[N3]  que deve ser preservado como o mais sublime patrimônio de um povo, tendo em vista que os costumes em geral revela a face de uma sociedade, por via da cultura podemos entender o presente, o passado bem como pressupor o futuro de uma nação, haja vista a força cultural que cada povo tem é sem duvida um forte pilar na estrutura social tendo grande relevância na formação do caráter e do modo de vida de um grupo, uma vez que a existência precede a essência, ou seja, antes de um sujeito ser um ente social e cultural, ele precisa existir para ser transformado e formado culturalmente, em síntese, vir-a-ser. Segundo (LOPES apud França, 2010, p.44). A cultura ela poderá ser padronizada de acordo com interesses elitistas.

Uma sociedade dividida como a nossa, o movimento cultural em função de sua origem de classe, produzindo a fragmentação cultural. A divisão social do trabalho engendra a divisão social do saber e da cultura: há os que têm cultura e os que não têm. Constituem-se assim, em rótulos culturais; cultura popular, cultura erudita, em contrapartida, simultaneamente, existe um processo de homogeneização que busca negar o caráter plural e multifacetado da cultura mascarando tanto o processo de divisão social, quanto a diversidade e as rupturas associadas à cultura.

Portanto, uma estrutura social é entendida como um conjunto de valores, princípios, ideologia e comportamento social que forma a estrutura de um povo. A cultura é algo que flui naturalmente, mas poderá ser algo também imposto ou controlado ideologicamente. Segundo o dicionário Aurélio a cultura é um conjunto de estruturas sociais.

                                    
Conjunto das estruturas sociais, religiosas etc., das manifestações intelectuais, artísticas etc., que caracteriza uma sociedade: a cultura inca; a cultura helenística. Aplicação do espírito a uma coisa: a cultura das ciências. Desenvolvimento das faculdades naturais: a cultura do espírito.  Apuro, elegância: a cultura do estilo. Cultura de massa, conjunto dos fatos ideológicos comuns a um grupo de pessoas considerado fora das distinções de estrutura social, e difundido em seu seio por meio de técnicas industriais.  Cultura física, desenvolvimento racional do corpo por exercícios apropriados. (Dicionario Aurélio, 2011).

O conceito de cultura é bastante complexo. Em uma visão antropológica, podemos defini-lo como rede de significados que dão sentido ao mundo que cinge um indivíduo, ou seja, a sociedade. Essa rede engloba um conjunto de diversos aspectos como: crenças, valores, costumes, leis, moral, línguas e etc.[N4]  Nesse sentido, podemos chegar à conclusão de que é impossível que um indivíduo não tenha cultura, afinal, ninguém nasce e permanece fora de um contexto social, seja ele qual for. Também podemos dizer que considerar uma determinada cultura (a cultura ocidental, por exemplo) como um modelo a ser seguido por todos é uma visão extremamente etnocêntrica, egoísta e absoleta.


Sabemos que a formação étnica do Brasil denominou-se basicamente por três povos diferentes; o branco europeu, o negro africano[N5]  e o índio brasileiro, de modo que para falarmos da formação cultural do nosso povo faz-se necessário conhecer e compreender o passado histórico colonial do Brasil. Geralmente a cultura do dominador é intuitiva no objetivo não só de aspirar benefícios econômicos, mas também de difundir seus valores culturais, sociais, religiosos e ideológicos. Gilberto Freyre afirma que.

Quando, em 1532, se organizou econômica e civilmente a sociedade brasileira, já foi depois de um século inteiro de contato dos portugueses com os trópicos; de demonstrada na Índia e na África sua aptidão para a vida tropical. Formou-se na América tropical uma sociedade agrária na estrutura, escravocrata na técnica de exploração econômica, híbrida de índio, e mais tarde de negro, na composição. (FREIRE, 2003, p.172).

Desse modo, os portugueses ao chegarem aqui no Brasil não trouxeram consigo somente o desejo de colonizar a nova terra e tirar proveitos econômicos. Por conseguinte, juntamente com a coroa portuguesa estava a Igreja Católica que almeja evangelizar os nativos e conseqüentemente expandir o cristianismo.  Por isso, Gilberto nos impele a questão religiosa traga pelos europeus para o novo continente como uma ferramenta de imposição cultural e colonial. Pode-se perceber que a intenção da coroa portuguesa de dominar foi algo bastante pragmático. Todavia foi no ambiente agrário do senhor e do escravo que a cultura popular brasileira se configurou.

No Brasil, a catedral ou a igreja mais poderosa que o próprio rei seria substituída pela casa-grande de engenho. Nossa formação social, tanto quanto a portuguesa, fez-se pela solidariedade de ideal ou de fé religiosa, que nos supriu a lassidão de nexo político ou de consciência de raça. Mas a igreja que age na formação brasileira, não é o bispo... Mas é a capela de engenho. (FREYRE, 2003, p.271.).

      Além da mobilidade, o português tinha a capacidade de se misturar facilmente com outras raças. Os homens vinham sem família, sozinhos. Chegavam carentes de contato humano e começavam a se reproduzir primeiro com as índias e depois com as negras escravas. Era preciso povoar o território. No momento em que embarcou na aventura ultramarina, Portugal tinha três milhões de habitantes. O Brasil era imenso; então, como povoar esse território? A solução era miscigenar. Freyre relata o comportamento sexual do brasileiro no Brasil colônia. Todavia, salienta o contato sexual do branco com as negras africanas. Podemos refletir acerca do comportamento extrovertido do nosso povo, a seu apetite sexual exagerado.

Costuma dizer-se que a civilização e a sifilização andam juntas. O Brasil, entretanto, parece ter-se sifilizado antes de se haver civilizado. A contaminação da sífilis em massa ocorreria nas senzalas, mas não que o negro já viesse contaminado. Foram os senhores das casas-grandes que contaminaram as negras das senzalas. Por muito tempo dominou no Brasil a crença de que para um sifilítico não há melhor depurativo que uma negrinha virgem[N6] . (FREYRE, 2003, p.401.).

Os colonizadores precisavam de uma mão de obra barata para colonizar a nova terra, portanto, buscaram negros africanos afinal além de serem aptos ao trabalho gerava muitos lucros para os mercadores. Dessa forma, juntamente com tal ferramenta de trabalho, “os negros”, em cada pessoa escravizada existia uma história, valores, costumes e princípios, desta forma ao chegarem aqui no Brasil os negros incorporaram os seus costumes, ritos e crenças na sociedade brasileira. Tendo em vista que um processo de formação cultural não acontece em uma ou duas décadas, mas é um processo paulatino. Daí salienta Ribeiro.

Nossa matriz africana é a mais abrasileirada delas. Já na primeira geração, o negro, nascido aqui, é um brasileiro. O era antes mesmo de o brasileiro existir, reconhecido e assumido como tal. O era, porque só aqui ele saberia viver, falando como sua língua do amo. Língua que não só difundiu e fixou nas áreas onde mais se concentrou, mas amoldou, fazendo do idioma do Brasil um português falado por bocas negras, o que se constata ouvindo o sotaque de Lisboa e o de Luanda. (RIBEIRO, 1995, p. 14).

     De forma que com o passar do tempo, a cultura brasileira foi se configurando aos poucos sendo inebriada de diferentes elementos multiculturais. Assim diz Darcy Ribeiro que o brasileiro é um povo novo.

Novo porque surge como uma etnia nacional, diferenciada culturalmente de suas matrizes formadoras, fortemente mestiça, dinamizada por uma cultura sincrética e singularizada pela redefinição de traços culturais delas oriundos. Também novo porque se vê a si mesmo e é visto como uma gente nova, um novo gênero humano diferente de quantos existam. Povo novo ainda, porque é um novo modelo de estruturação societária, que inaugura uma forma singular de organização sócio-econômico, fundada num tipo renovado de escravismo e numa servidão continuada ao mercado mundial. Novo, inclusive, pela inverossímil alegria e espantosa vontade de felicidade, num povo tão sacrificado, que alenta e comove a todos os brasileiros. (RIBEIRO, 1996, p. 19)

Os europeus tinham uma visão de supremacia racial, cultural e social em relação ao restante do mundo, tendo em vista que ao chegarem aqui no Brasil não houve relativismo cultural, ao contrario houve uma imposição cultural, a superioridade européia suprimiu as outras culturas existentes, predominando desse modo o modelo ocidental de ser e pensar. Contudo, a influência cultural dos índios que aqui habitavam apesar de serem considerados nativos e selvagens eles tinham uma cultura muito rica de detalhes e valores sociais. Dessa forma, Ribeiro demonstra alguns costumes dos índios incorporados na sociedade.

A função do cunhadismo na sua nova inserção civilizatória foi fazer surgir a numerosa camada de gente mestiça que efetivamente ocupou o Brasil. É crível até que a colonização pudesse ser feita através do desenvolvimento dessa prática. Tinha o defeito, porém, de ser acessível a qualquer europeu desembarcado junto às aldeias indígenas. Isso efetivamente ocorreu, pondo em movimento um número crescente de navios e incorporando a indiada ao sistema mercantil de produção. Para Portugal é que representou uma ameaça, já que estava perdendo sua conquista para armadores franceses, holandeses, ingleses e alemães, cujos navios já sabiam onde buscar sua carga. (, RIBEIRO 1996, p. 82).

Sendo assim, alguns costumes dos nativos foram absolvidos pela cultura lusitana apesar de toda resistência e imposição cultural eurocêntrica.  Todavia, a influência dos índios mudou os rumos da cultura brasileira ao longo do tempo.




Nenhum povo que passasse por isso como sua rotina de vida, através de séculos, sairia dela sem ficar marcado indelevelmente. Todos nós, brasileiros, somos carne da carne daqueles pretos e índios supliciados. Todos nós brasileiros somos, por igual a mão possessa que os supliciou. A doçura mais terna e a crueldade mais atroz aqui se conjugaram para fazer de nós a gente sentida e sofrida que somos e a gente insensível e brutal, que também somos. Descendentes de escravos e de senhores[N7]  de escravos seremos sempre servos da marginalidade destilada e instalada em nós, tanto pelo sentimento da dor intencionalmente produzida para doer mais, quanto pelo exercício da brutalidade sobre homens, sobre mulheres, sobre crianças convertidas em pasto de nossa fúria. (RIBEIRO 1996, p. 120).

Nas fazendas de cana ou nas minas de ouro (a partir do século XVIII), os escravos eram tratados da pior forma possível. Trabalhavam muito, de quatorze a dezesseis horas, o que se tornou o principal motivo dos escravos fugirem; outro motivo eram os castigos e o outro era porque recebiam apenas trapos de roupa e[N8]  uma alimentação de péssima qualidade (recebiam pouca comida e no máximo duas vezes por dia). Passavam as noites nas senzalas (galpões escuros, úmidos e com pouca higiene) acorrentados para evitar fugas. Eram constantemente castigados fisicamente (quando um escravo se distraía no trabalho ou por outros motivos, eram amarrados em um tronco de árvore e açoitados, as vezes, até perderem os sentidos); torturando-os fisicamente e psicologicamente, os senhores e seus algozes buscavam destruir os valores do negro [N9] e forçá-lo a aceitar a idéia da superioridade da raça branca sendo que o açoite era a punição mais comum no Brasil Colônia.


Conhecem-se casos no Brasil casos não só de predileção, mas de exclusivismo: homens brancos que só gozam com negra[N10] . De rapaz de família importante de Pernambuco conta a tradição que foi impossível aos pais promoverem-lhe o casamento com primas ou outras moças brancas de família igualmente ilustres. Só queria saber de molecas. (FREYRE, 2003, p.271).










Uma das festas mais conhecidas do candomblé brasileiro é a de Iemanjá, orixá feminino considerado a rainha dos mares e oceanos. A comemoração acontece no dia 2 de fevereiro, na Bahia, e na noite de 31 de dezembro, no Rio de Janeiro. Os devotos levam oferendas ao mar, e, segundo a tradição, Iemanjá surge envolta em espuma para recebê-la Nos terreiros, além de chefiar os rituais, os pais-de-santo e as mães-de-santo recebem os fiéis em sessões individuais para revelar o orixá de cada um, tradicionalmente pelo jogo de búzios. A identificação do orixá, ou santo no sincretismo, ajuda o fiel a entender a própria personalidade. Para o fiel, cultuar o Candomblé significa equilibrar suas energias (axés) com as energias de seu orixá.

Buscamos a contribuição de conhecedores da matéria enquanto cultura, candomblé, umbanda, quimbanda, se existem mestres de outras expressões que têm essas práticas. Desse modo, poderemos entender melhor a mentalidade religiosa do brasileiro.


A religião mais perseguida e reprovada na história do Brasil com certeza são as religiões de matriz africana, contudo, o povo negro resistiu e implantou indiretamente na inconsciente coletivo do brasileiro as suas crenças, valores e princípios religiosos. “Assim são Benedito[N12]  se sabe que é, no Brasil desde dias remotos, “santo de negro”, como santo Onofre é santo de pobre”. (FREYRE, 2003, p.503). Assim percebemos que o negro inicia a sua saga rumo ao sincretismo religioso, uma forma de resposta e edificação dos seus costumes, embora exista uma imposição cultural por parte dos portugueses[N13] .

Em 04 de abril de 1755, d. José, rei de Portugal, assina decreto que autoriza a miscigenação de portugueses com índios. "Faço saber aos que este meu Alvará de Lei virem, considerando o quanto convém, que os meus reais domínios da América se povoem e para este fim pode concorrer muito a comunicação com os índios por meio de casamentos", destaca o texto da lei logo no começo.
   





A mais terrível de nossas heranças é esta de levar sempre conosco a cicatriz de torturador impressa na alma e pronta a explodir na brutalidade racista e classista. Ela é que incandescente, ainda hoje, em tanta autoridade brasileira predisposta a torturar, seviciar e machucar os pobres que lhes caem às mãos. (Ribeiro, 1996, p.120.


A individualidade é uma conquista demorada e sofrida, formada de heranças e aquisições culturais, de atitudes aprendidas e inventadas e de formas de agir e de reagir, uma construção que, ao mesmo tempo, é social, emocional e intelectual, mas constitui um patrimônio privado, cujo valor intrínseco não muda a avaliação extrínseca, nem a valoração objetiva da pessoa, diante de outro olhar. No Brasil, onde a cidadania é, geralmente, mutilada, o caso dos negros é emblemático. Os interesses cristalizados, que produziram convicções escravocratas arraigadas, mantêm os estereótipos, que não ficam no limite do simbólico, incidindo sobre os demais aspectos das relações sociais. Na esfera pública, o corpo acaba por ter um peso maior do que o espírito na formação da socialidade e da sociabilidade.(SANTOS apud Mota,2005, p.198).


Redimensionando a abordagem do tema, estes pesquisadores afastaram-se do debate sobre os modos de produção e de grandes interpretações do processo social, para analisar os significados históricos das lutas escravas enfocando o ponto de vista dos cativos e dos libertos. A possibilidade de ser posto à venda, por exemplo, era algo constante na vida de homens e mulheres escravizados. Trocar de senhor podia significar então muitas coisas: com uma venda podiam ser alteradas as condições de vida e de trabalho, laços familiares e amizades. Alianças diversas podiam ser desfeitas, acordos rompidos e conquistas perdidas. Mas os escravos não viviam este processo de forma passiva, como uma simples mercadoria. (MOTA, 2005, p.403).


Há uma frequente indagação sobre como é ser negro em outros lugares, forma de perguntar, também, se isso é diferente de ser negro no Brasil. As peripécias da vida levaram-nos a viver em quatro continentes, Europa, Américas, África e Ásia, serja como quase transeunte, isto é, conferencista, seja como orador, na qualidade de professor e pesquisador. Desse modo, tivemos a experiência de ser negro em diversos países e de constatar algumas das manifestações dos choques culturais correspondentes. Cada uma dessas vivências foi diferente de qualquer outra, e todas elas diversas da própria experiência brasileira.(idem).



             


O que significa ser brasileiro e o que é o Brasil no mundo de hoje? Somos um povo ainda na busca de um destino e uma identidade? Essas são algumas perguntas muito bem questionadas e respondidas na obra prima de Darcy Ribeiro: “O Povo Brasileiro: a formação e o sentido do Brasil”, livro editado pela Companhia das Letras em 1995 em São Paulo. Trata-se da última grande obra deste importante pensador brasileiro. Um trabalho extremamente maduro e realizado com confiança e determinação. Somos um povo que teve sempre suas aspirações jamais levadas em conta em nome dos interesses da prosperidade empresarial exportadora. Um povo que teve como base uma força de trabalho afundada no atraso e na pobreza. Nossos povos tribais sofreram um enorme genocídio e os negros escravos uma das piores condições de vida já existentes. No entanto, surpreendentemente, essa massa de negros, mulatos e caboclos criou a etnia brasileira, um dos povos mais criativos do mundo. (FERREIRA apud Mota, 2005, p.301.)



                A identidade nacional brasileira não é uma só. As suas dimensões política e cultural, em particular, não têm caminhado juntas. Nem remetem a um mesmo espírito, à diferença do que acreditava Gilberto Freyre, para quem a tolerância mútua que reina na área sócio-cultural das relações humanas de via se traduzir, com naturalidade, por igual tolerância na área política: o liberalismo "nosso" não devia nem podia fundamentar-se, como o liberalismo anglo-saxônico, na competição onde ganha o melhor ou mais astuto, mas na conciliação harmoniosa das diferenças. Não é bem assim: existe de fato, no Brasil, uma forma política da conciliação, mas esta, longe de se definir pela tolerância mútua, descansa na cooptação mais ou menos forçada do menos forte pelo mais forte.(idem).

A amabilidade de um povo resulta na praticidade da convivência, integração e fusão, assim, a vida floresce e renasce sob a forma da inter-relação entre os povos e sua gente, num processo de seleção natural, procriando, nascendo e prosperando uma nova identidade deste Ser singular e único no planeta terra, a Identidade de Povo brasileiro, construindo de forma natural e abstrata, normas de conduta justa, numa grande sociedade de homens livres, tendo como eixo e norte da nova Ordem Social, um novo socialismo vivo, atual, integrado e fundido.
                  No sofrimento e angustia do dia a dia, renova-se as esperanças de dias melhores, Na alegria e espontaneidade sobrepõe o sorriso, a ginga e a malícia. No trato entre os seus, surge à camaradagem com fraternidade e o jeito hospedeiro de ser. Na dificuldade e no desconforto emerge o sentimento da compreensão e união com as benesses do dividir e compartilhar o que se têm.

O sertanejo, por sua vez, também tem uma sociabilidade admirável presente nas festas populares e forma hoje uma importante massa de trabalhadores nos principais centros urbanos do país. Os caboclos especializados na floresta tropical são peça essencial para a sobrevivência da Amazônia e de possibilidades ecológicas interessantes para o mundo. No sul e em São Paulo gaúchos e imigrantes se integraram na unificação nacional também contribuindo com suas características sociais, intelectuais e culturais próprias e abrasileiradas. O caipira, por sua vez, foi essencial para a expansão do Brasil e em Minas Gerais criou a primeira sociedade burguesa e urbana brasileira. (FERREIRA apud Mota, 2005, p.301.)

                    Devido a diversos grupos de imigrantes, os brasileiros possuem uma rica diversidade de culturas, que sintetizam as diversas etnias que formam o povo brasileiro. Por essa razão, não existe uma cultura brasileira homogênea, e sim um mosaico de diferentes vertentes culturais que formam, juntas, a cultura brasileira. É notório que, após mais de três séculos de colonização portuguesa, a cultura brasileira é, majoritariamente, de raiz lusitana.
É justamente essa herança cultural lusa que compõe a cultura brasileira: são diferentes etnias, porém, todos falam a mesma língua (o português) e, quase todos, são cristãos, com largo predomínio de católicos. Esta igualidade lingüística e religiosa é um fato raro para uma cultura como a brasileira.
O conceito de nacional-popular não parece intrinsecamente vazio, ou contraditório. Como o queriam outrora Renan, à direita, e Gramsci, à esquerda, pode haver em tese - e provavelmente houve na história das "velhas" nações - união real, embora parcial, do nacional e do popular. Ou seja, pode haver consenso popular em torno de valores nacionais, e identidade nacional de quem participa desse conceito. Deve-se reconhecer que, no âmbito cívico-político, o Brasil de hoje destoa bastante desse tipo ideal do nacional-popular. O próprio êxito, relativo embora, do "discurso nacional" e das identidades nacionais outorgadas que ele fabrica, revela que ele se impõe - ou se impôs até o momento - num semi-vácuo. Ou, mais exatamente, devido à impossibilidade secular em que se encontrava a grande massa da população, de romper certos bloqueios históricos e de ter acesso numa ação coletiva autônoma, geradora de uma nova identidade nacional. Mas a idéia de que as massas são, no fundo, alheias à questão nacional (só lhes interessariam as identidades de classe, ou de base), e por isso mesmo superficialmente manipulável, esbarra em objeções. (CEREJA, (203, p.268).

Embora seja um país de colonização portuguesa, outros grupos étnicos deixaram influências profundas na cultura nacional, destacando-se os povos indígenas, os africanos, os italianos e os alemães. As influências indígenas e africanas deixaram marcas no âmbito da música, da culinária, no folclore e nas festas populares. É evidente que algumas regiões receberam maior contribuição desses povos: os estados do Norte têm forte influência das culturas indígenas, enquanto certas regiões do Nordeste têm uma cultura bastante africanizada.


No começo todos negros que viviam no Brasil eram escravos vindos da África. Eles tiveram filhos  que também foram escravos, porque era parte da cultura deles a escravidão quando alguém tinha divida, tendo menos resistência, e com isso os agricultores compravam eles para trabalhar nas lavouras, no inicio nos engenhos de cana de açúcar, depois em outros cultivos, como o café por exemplo. Para os agricultores era muito vantajoso, por ser uma mão de obra barata, e eles somente gastavam com alimento, e caso fossem desobedientes, seriam castigados severamente, as vezes, até de formas desumanas.
Alguns negros resistiam, e fugiam das fazendas dos seus donos, e formavam os quilombos, que eram comunidades grandes de negros, escondidos no meio da mata fechada. Veja o comentário em que é relatada a saga do marinheiro João Candido, negro e descontente com os maus tratos na marinha brasileira no inicio do século XX. Desse modo, este marinheiro se tornou símbolo da luta contra o racismo e o preconceito no Brasil, tendo em vista que mesmo correndo o risco de ser duramente punido ele não se calou, ao contrário construiu a sua história.

Depois de quatro dias de negociações e ameaças, as reivindicações dos marinheiros foram aceitas e o senado aprovou uma lei que anistiava os revoltosos. Alei não foi cumprida e os castigos corporais voltaram a ser instituídos. A anistia foi esquecida e os rebeldes oprimidos e duramente castigados. João Candido, conhecido como o Almirante Negro, foi preso e internado em um hospício como louco. (MOTA, 2005, p.336).

Assim como em outras áreas das ciências humanas, a história da escravidão no Brasil tem presenciado inúmeros debates. No início dos anos 60, a idéia de que as relações entre senhores e escravos haviam sido pautadas pelo paternalismo benevolente dos senhores e que esta característica havia dado origem a uma democracia racial no país foi duramente denunciada e questionada por pesquisas históricas e sociológicas de grande envergadura. Importantes do ponto de vista acadêmico e político, estas obras não apenas influenciaram todos os estudos posteriores sobre o tema, como também marcaram profundamente a formação de muitos militantes do movimento negro.
A Cabanagem foi uma revolta popular que aconteceu entre os anos de 1835 e 1840 na província do Grão-Pará (região norte do Brasil, atual estado do Pará). Recebeu este nome, pois grande parte dos revoltosos era formada por pessoas pobres que moravam em cabanas nas beiras dos rios da região. Estas pessoas eram chamadas de cabanos. Segundo (MOTA, 2005, p.244), a cabanagem foi um movimento de revolta popular que almejavam liberdade e justiça social.


No início do Período Regencial, a situação da população pobre do Grão-Pará era péssima. Mestiços, negros escravos, alforriados e índios viviam na miséria total. Sem trabalho e sem condições adequadas de vida, os cabanos sofriam em suas pobres cabanas às margens dos rios. Esta situação provocou o sentimento de abandono com relação ao governo central e ao mesmo tempo, muito revolta. Os comerciantes e fazendeiros da região também estavam descontentes, pois o governo regencial havia nomeado para a província um presidente que não agradava a elite local.
Embora por causas diferentes, os cabanos (índios e mestiços, na maioria) e os integrantes da elite local (comerciantes e fazendeiros) se uniram contra o governo regencial nesta revolta. O objetivo principal era a conquista da independência da província do Grão-Pará. Os cabanos pretendiam obter melhores condições de vida (trabalho, moradia, comida). Já os fazendeiros e comerciantes, que lideraram a revolta, pretendiam obter maior participação nas decisões administrativas e políticas da província.

Desse modo, percebemos que a etnia negra fez história no Brasil, é um grande erro na historiografia brasileira mostrar o negro sempre como passivo e escravo. Portanto, entendemos que a resistência do negro na nossa história aconteceu em varias partes do Brasil, claro que não iremos citar todas as revoltas, mas somente algumas com intuito de demonstrar que na historia dos negros houve aqueles que aceitaram e os que se rebelaram ainda que em troca de tal revolta perderam a vida em busca de um ideal.  

Conjuração Baiana, ou Conspiração dos Alfaiates, aconteceu em 1798, sob liderança do alfaiate João de Deus do Nascimento homens humildes, quase todos mulatos, foram movidos por uma mescla de republicanismo e ódio à desigualdade social e a miséria em que viviam dos 43 presos, quatro foram enforcados. O movimento envolveu indivíduos de setores urbanos e marginalizados na produção da riqueza colonial, que se revoltaram contra o sistema que lhes impedia perspectivas de ascensão social. O seu descontentamento voltava-se contra a elevada carga de impostos cobrada pela Coroa portuguesa e contra o sistema escravista colonial, o que tornava as suas reivindicações particularmente perturbadoras para as elites. A revolta resultou em um dos projetos mais radicais do período colonial, propondo idealmente uma nova sociedade igualitária e democrática. Foi barbaramente punida pela Coroa de Portugal. Este movimento, entretanto, deixou profundas marcas na sociedade soteropolitana, a ponto tal que o movimento emancipacionista eclodiu novamente, em 1821, culminando na guerra pela Independência da Bahia, concretizada em 2 de julho de 1823, formando parte da nação que emancipara-se a 7 de setembro do ano anterior, sob império de D. Pedro I. (MOTA, 2005, p.246).

Ressaltamos a importância de refletir sobre a resistência do negro no período do Brasil colonial, claro que o nosso tema é sobre a cultura negra e a formação do povo brasileiro, dai podemos dizer que a força do nosso povo, o espírito de luta, a vontade de vencer veio dos nossos antepassados negros que apesar do sofrimento não desistiam de lutar. Ainda sobre a resistência dos negros veremos o relato da revolta dos Malês na Bahia.
                                     Durante as primeiras décadas do século XIX várias rebeliões de escravos explodiram na província da Bahia. A mais importante delas foi a dos Malês, uma rebelião de caráter racial, contra a escravidão e a imposição da religião católica, que ocorreu em Salvador, em janeiro de 1835. Nessa época, a cidade de Salvador tinha cerca de metade de sua população composta por negros escravos ou libertos, das mais variadas culturas e procedências africanas, dentre as quais a islâmica, como os haussas e os nagôs. Em janeiro de 1835 um grupo de cerca de 1500 negros, liderados pelos muçulmanos Manuel Calafate, Aprígio, Pai Inácio, dentre outros, armou uma conspiração com o objetivo de libertar seus companheiros islâmicos e matar brancos e mulatos considerados traidores, marcada para estourar no dia 25 daquele mesmo mês. No confronto morreram sete integrantes das tropas oficiais e setenta do lado dos negros. Duzentos escravos foram levados aos tribunais. Suas condenações variaram entre a pena de morte, os trabalhos forçados, o degredo e os açoites, mas todos foram barbaramente torturados, alguns até a morte. Mais de quinhentos africanos foram expulsos do Brasil e levados de volta à África. (MOTA, 2005, p. 221).

Portanto, a situação dos negros em Salvador era peculiar. Muitos deles, cerca de metade da população da cidade, exerciam pequenos ofícios rentáveis: eram alfaiates, carpinteiros, vendedores ambulantes, acendedores de lampião. Esses trabalhadores deviam parte de seus ganhos a seus senhores e chegavam, em alguns casos, a comprar a liberdade. Entretanto, mesmo libertos, os negros eram tratados com desprezo e não tinham qualquer possibilidade de ascensão social. Esta situação levou-os a se revoltarem contra os dominadores brancos e seus subordinados mulatos.
                  Contudo, a mais importante dessas revoltas ocorreu em janeiro de 1835. Organizada por africanos de formação muçulmana, os Malês, a rebelião foi dizimada pelas tropas do governo, com o apoio das classes dominantes baianas. Muitos negros foram presos, torturados e mortos. Foram proibidos de circular à noite pelas ruas da capital e de praticar suas cerimônias religiosas típicas. Em síntese estas foram algumas histórias de força e resistência de grupos de negros que resistiram a escravidão, e nunca poderemos esquecer de Zumbir do Palmares, o negro que representa o símbolo da resistência negra no Brasil.





Ao concluir este trabalho de pesquisa acadêmica, podemos perceber a importância da pesquisa acadêmica como meio de resgate e preservação da memória local e basicamente a memória cultural e histórica do povo brasileiro.  A nossa pesquisa foi direcionada em analisar a formação cultural do povo brasileiro, dando ênfase a influencia da cultura afro na formação do nosso povo.
Portanto, no inicio da colonização, a sociedade brasileira era sumariamente rural e aristocrata e foi neste cenário social da casa-grande e da senzala é que se formaram as matrizes étnicas do Brasil. Percebemos também que a nossa cultura é múltipla e tem influencia de vários elementos, sendo os três principais grupos étnicos formado por: negros, brancos e índios os quais se configuraram na formação do povo brasileiro.
Em suma, entendemos que o elemento dominante na formação cultural foi o branco português, contudo, a cultura do negro foi bem mais resistente, o sangue do negro penetrou não só as veias do nosso povo, mas, adentrou em toda a cultura, incluindo ritmos, princípios, credos e valores. Desse modo, somos um povo de formação européia, porém temos uma alma africana.
Em síntese, os nossos documentos etnográficos dão pouca ênfase ao elemento negro na formação da nossa brasilidade, o que leva muitas pessoas a negarem as suas origem negra, muitos afirmam somente que  são morenos ou pardos, e isto remete a uma origem indígena e não africana, haja vista que a memória  do passado escravocrata tem sido esquecida em detrimento de uma cultura de imigrantes europeus, isto reflete a negação da nossa memória histórica.
Nesse sentido, a memória é um elemento presente nas sociedades e é carregado pelos grupos de homens e mulheres e fundamentam  sua identidade. A memória pode ser evocada por estes grupos de acordo com seus interesses, e por isso suscetível a manipulação. Também Pode ser esquecida, dependendo do local e do que ela traz a tona. É muito comum encontrar um silenciamento nas sociedades que virão de perto horrores da guerra, o esquecimento e o vazio de uma memória que se esconde na lembrança que luta pra ser esquecida.
No Brasil, podemos citar o exemplo do mito da democracia racial, que se tornou uma memória forjada por uma elite dominante, que manipulou  durante quase um século a historia de homens e mulheres negras, que apenas agora, por meio da luta dos movimentos sociais  tentativa de conquistar o  espaço e a inclusão social.  Em suma, a memória opera na esfera da lembrança e do esquecimento, de acordo com os interesses dos grupos sociais.
Assim, percebemos que a cultura dominante, tentou ao longo do tempo apagar a memória do passado colonial do nosso povo, de um lado a elite dominante almejava apagar da nossa historia o legado cultural da crueldade e da segregação racial que o processo escravocrata provocou na sociedade como um todo. Por outro lado, o inconsciente coletivo dos afros descendentes se esforçaram para apagar da memória  a sua historia, uma etapa de dor, sofrimento e humilhação.
Desse modo, entendemos que a historia continua sendo construída, tanto pela elite quanto pela população em geral, porem não se pode apagar a memória histórica  em detrimento de um futuro utópico, como por exemplo somos o “país das mulatas, do carnaval e do futebol”. Todavia, somos o país do futuro, porem não se pode esquecer que o futuro geralmente é planejado a partir da reconstrução da nossa memória, da nossa identidade social e cultural.
Refletir sobre a formação cultural do povo brasileiro foi uma ótima oportunidade de recriarmos o nosso legado cultural, repensado as nossas origens, analisando os erros e acertos do passado, e a partir desses parâmetros almejarmos, compreender quem somos e onde estamos e para onde vamos.  Portanto, compreendemos melhor o processo de miscigenação do povo brasileiro, assim como a sua cultura e o seu modo de ser. No Brasil geralmente se misturou de tudo um pouco, a cultura do europeu civilizado e cristão, se misturou com o índio selvagem  e impregnado de mitos e crenças.
Do lado africano tivemos o negro em sua totalidade, o trabalho, a habilidade e resistência, assim como as suas tradições, crenças e mitos. A cultura colonial foi um terreno fértil para a miscigenação no Brasil, de forma que as duas cultuaras dominadas ideologicamente encontrou nas relações sociais uma válvula de escape para resistir a imposição cultural do europeu: o trabalho, as relações afetivas e as crenças do negro e do índio foi o ponto de partida para o sincretismo  de credos e raças, a tão conhecida miscigenação.
Geralmente onde existe segregação racial sempre surgem formas de resistência, no Brasil, por exemplo, absorveram a cultura branca, afinal eram tribos de coletores e foram facilmente dominados. Porem, os negros africanos vindos da áfrica, já tinham uma cultura mais sólida, muitos eram reis, chefes de tribos, agricultores, pastores e etc. mediante tal elevação cultural houve uma penetração dos costumes africanos na sociedade brasileira, o exemplo disso são as benzedeiras que com suas rezas, simpatias e feitiços implantou uma fé arraigada de crenças do candomblé no imaginário social do povo brasileiro.
O Brasil colonial era uma terra inóspita onde se tinham pequenas vilas e grandes plantações de café, cana-de-açúcar e criação de gado, de modo que os objetivos dos colonizadores era apenas explorar a nova terra e retirar lucros para a coroa portuguesa, por isso, não havia investimentos em infra estrutura para a melhoria de vida da população, afinal as poucas pessoas que aqui residiam e eram consideradas cidadãs eram brancos, católicos e evidentemente portugueses.
A religião africana foi a base a base cultural d resistência dos negros, apesar da proibição que lhes foram impostas, os negros disfarçadamente conseguiram mascarar os seus orixás com elementos  co catolicismo, afinal, a coroa portuguesa tinha a plena consciência de que para dominar  um povo é necessário alem do uso da força política, precisaria conseqüentemente  impor a sua cultura.
Hoje, apesar das injustiças sociais somos um país que existe liberdade de expressão, apesar de ainda existir grande parte da população a qual vive na pobreza extrema e infelizmente essa pobreza tem etnia e classe social, geralmente são negros ou afro descentes e mulheres e etc. os quais continuam morando em viadutos, favelas, pontes e etc., de modo que tal exclusão vem-se arrastando desde o fim da monarquia petrina no Brasil, em sua obra, Casa-grande e Senzala, Gilberto freire não relatou a questão da pobreza e do preconceito, talvez este é o leque que faltou para completar  a obra.
O incrível é que 123 anos se passaram desde que lei áurea  promulgada pela então Princesa Isabel, varias gerações se passaram e a maioria  dos descendentes de escravos não conseguiram  se emancipar enquanto cidadão brasileiro, isto porque ao longo de todo este tempo não houve por parte do estado nenhuma política de inclusão social do negro na sociedade. O estado brasileiro demonstrou total indiferença em relação às desigualdades sociais existentes nesse país.
Somente no inicio do século XXI é que se teve inicio a uma política  de inclusão social como por exemplo, as cotas nas universidades para negros, índios e afro descendentes, sendo este esforço uma tentativa de consolidar a inclusão de todos os brasileiros na universidade, mas será que este é o caminho? Pensemos, será que o Brasil decidiu tarde demais? Em síntese, estamos tentando fazer um breve relato sobre este tema tão rico e tão vasto que é a cultura africana e suas respectivas influencias, mas, diga-se de passagem, que o desprezo pelo tema é tão grande que o aluno pensa dez vezes se Vale apena trabalhar o referido assunto.
Em suma, falar sobre a nossa formação cultural desperta no pesquisador um sentimento patriótico, afinal estamos mexendo no passado de todos os brasileiros, atualmente ousamos afirmar que 60% da população do Brasil é de origem negra e quando estamos refletindo sobre  o mesmo estamos reconstruindo a nossa memória histórica. Mesmo sabendo que o preconceito é algo real  no Brasil é hora de todos os brasileiros que são conscientes da nossa brasilidade, principalmente os educadores se incumbiram de formar cidadãos sensibilizados em combater o preconceito e a exclusão racial, afinal consciência em relação ao problema todos nós temos, o que falta é a sensibilidade de tentarmos combater o racismo em suas raízes.
No Brasil existem alguns protótipos em relação ao negro deve ser combatido, como por exemplo, as profissões como cozinheiro, babá, porteiro, lixeiro, coveiro e etc. infelizmente isto ainda é mantido principalmente pela mídia nacional, basta refletirmos um pouco, e veremos que o numero de jornalistas e atores negros são reduzidos e jamais aparecem como protagonistas de um filme ou novelas é comum ver o negro na mídia brasileira trabalhando como empregada doméstica, nunca como patrão, quando faz um papel , aparecem fazendo palhaçada, ou seja, o negro, o pobre em geral as vezes é mostrada na mídia como o bobo da corte.
Os tempos passaram e as formas de segregar o outro muda de estilo, mas o foco continua antes o preconceito, violência, era praticado na casa-grande, nas senzalas e nos canaviais, hoje, o preconceito acontece é na TV, na sala de aula, na internet, nas passarelas de moda,em suma, são nestes novos cenários que o negro ainda é excluído inclusive dos grandes grupos midiáticos do Brasil . Alias seremos obrigados a pensar na necessidade de se ter uma mídia negra somente para negros como é o caso dos Estados Unidos, às vezes para ser aceito em determinado grupo é preciso se impor culturalmente.
Em síntese, os negros ou pardos, brancos ou índios e mulatos somos o resumo da nossa histórica miscigenação, da mistura de credos e raças e somos todos protagonistas do futuro, no campo ou na cidade, na favela ou nos condomínios, somos impelido a lutar por um Brasil mais justo e igualdade para todos, afinal somos brasileiros, lutemos, vamos a luta, pra frente sem esquecer a nossa memória e valorizar sempre o nosso passado.











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 [N1]O Brasil é um país democrático, mas pouco tolerante em relação às religiões de matriz africana, o neopentecostalismo muitas vezes irracional provoca uma cultura do preconceito religioso em nome de uma verdade eurocêntrica.


 [N2]A nação brasileira por  exemplo, teve uma formação cultural pautada na religiosidade tanto cristã quanto africana e ameríndia. Assim se configurou a nossa identidade brasileira, de modo que quanto mais entendermos a cultura  afro, melhor será a compreensão do povo brasileiro.


 [N3]Aqui em Alcobaça-ba, existe uma comunidade Quilombola que todos os anos no mês de janeiro tem-se inicio o reisado do “boi de janeiro”. Uma manifestação de origem portuguesa que é praticada por este grupo de pessoas há mais de 150 anos. Desde os tempos da colônia que este grupo organiza tal festividade. Tem alguns personagens responsáveis pela festa que vale destacar. Benedito de Zabé; João do Bar; Damião de Bó e etc...


 [N4]O brasileiro é muito crente no sobrenatural, é muito comum os valores da religiosidade africana no cotidiano do nosso povo: mau olhado, encostos, feitiço, despachos e etc.
Os nossos costumes, como o modo de vestir, comer, se divertir e falar estão repletos de africanidades.


 [N5]Hoje 53% da população brasileira se auto declaram negros ou pardos, de modo que a raça negra predomina em quantidade, mas ainda não é predominante na economia, na politica e nos meios de cultura de massa.


 [N6]O Gilberto apesar de ter contribuído com a sua obra sobre a formação do povo brasileiro,, percebemos que ao comentar sobre a miscigenação, o autor tem um certo preconceito em relação ao contato de brancos e negros, isto é fruto  da visão eurocêntrica de superioridade da raça branca.


 [N7]A cidade de Alcobaça nasce e sobrevive do processo da escravatura eram muitas as fazendas que produziam farinha, cachaça e etc, tudo com o braço dos pretos e pardos escravos: Fazenda Serrinha, Fazenda Nova Jerusálem, Fazenda Cascata e Fazenda Angelim, vale ressaltar que estas fazendas pertenciam a uma única família dominante no século XIX em Alcobaça.


 [N8]Na fazenda Lagoa Encantada existe uma história muito bonita, de uma escrava que foi comprada em Caravelas por um saco de farinha de tapioca, por isso, o seu nome era Maria tapioca, o seu dono apaixonou-se por maria e teve três filhos com esta escrava, de modo que segundo um dos descendentes do patrão, Maria era tão amada pelo seu senhor que acabou a escravidão e ela continuou morando na fazenda com o seu amo. Até hoje existe na comunidade do Portela os descendentes desta escrava que são parentes dos Medeiros de Almeida.


 [N9]Nas mediações do Cachangá existia uma fazenda, cuja proprietária era “Chiquinha Lora”, esta senhora queimava as crianças negras que nasciam, jogavam na fornalha dos fornos de farinha, conta-se a lenda que o seu marido tinha um caso com uma das escravas, por isso, ela tinha tanto ódio das crianças que nasciam..


 [N10]Viva a nossa eterna Maria tapioca, que teve três filhos com um Medeiros de Almeida.


 [N11] Na fazenda Jerusalém, tinha um homem escravo chamado João Boca de Fogo, ele era carpinteiro, pedreiro e ferreiro, era um homem muito bondoso e construiu as “bolandeiras da região”, uma máquina a tração animal usada para ralar mandioca e torrar farinha. 


 [N12]Em Alcobaça existem muitas comunidades que veneram São Benedito, existem muitos núcleos que tiveram origem após a abolição: comunidade do Itaitinga, Apaga Fogo, comunidade do Pinheiro, Canta Galo entre outras.


 [N13]O samba de Coro que é uma dança típica dos negros da região está morrendo, somente os mais velhos que ainda sabem o que é. Outra tradição é a Ladainha de Nossa Senhora que é rezada em latim, por pessoas analfabetas, rezam apenas por devoção, mas não sabem o significado, este é um costume meramente das comunidades negras da região de Alcobaça-Ba

Aprendizagem Estratégica e Desenvolvimento Profissional - Trabalho - Mestrado em Educação- Funiber- 2023

FUNDAMENTOS TEÓRICOS EM EDUCAÇÃO . Aprendizagem Estratégica e Desenvolvimento Profissional -  Trabalho FP102 – Aprendizagem estratégica e...